O incêndio que lavrou entre 09 e 12 de julho em quatro concelhos do Distrito de Bragança causou prejuízos de «três a quatro milhões de euros» na área agrícola, segundo o relatório preliminar sobre a destruição causada pelas chamas.
Animais mortos, destruição de alimentação para animais e culturas como olival, amendoal, vinha, frutícolas, pastagens, além de fardos, apiários e equipamentos e infraestruturas agrícolas, como maquinaria e sistemas de rega foram os principais prejuízos registados na área agrícola.
Estes dados são parciais, já que o levantamento global foi feito por várias entidades ligadas às áreas agrícola, florestal e ambiental e «já está concluído», mas o balanço final só será feito depois do cruzamento dos dados e da avaliação dos mesmos, segundo fonte o gabinete de imprensa do Ministério da Agricultura.
O gabinete da ministra Assunção Cristas confirmou à Lusa que «os relatórios preliminares já foram entregues às respetivas secretarias de Estado» e que se seguirá a «fase de avaliação, cruzamento de dados e ponderação».
O Ministério da Agricultura ainda não tem uma previsão sobre quando poderá estar concluído o processo das consequências daquele que é já considerado o maior incêndio de sempre na região.
O fogo teve também impacto nas medidas em curso ou já executadas de compensação e minimização das obras da barragem do Baixo Sabor, segundo as conclusões de um relatório preliminar que está a ser realizado pela EDP, concessionária do empreendimento hidroelétrico que se encontra em fase de conclusão naquela zona do Nordeste Transmontano.
Segundo informação disponibilizada à Lusa pela empresa, no relatório elaborado para análise conjunta com a Comissão de Acompanhamento Ambiental, «conclui-se que foram afetadas algumas plantações já efetuadas, caixas abrigo para morcegos e algumas câmaras para monitorização dos lobos».
A empresa esclarece que «estas afetações em termos de montantes monetários não têm expressão demasiadamente significativa» e que não foram afetadas as estruturas já construídas das duas barragens que fazem parte do empreendimento.
Dados oficiais indicam que as chamas consumiram uma área de «14.912 hectares», tendo ameaçado várias populações.
O fogo começou na noite de 09 de julho em Picões e Ferradosa, no concelho de Alfândega da Fé e alastrou-se de imediato aos concelhos de Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.
Chegou a ter seis frentes ativas e a ser combatido por mais de 900 elementos de todo o país e só foi dado como extinto na manhã de 12 de julho, como recorda a Lusa.