O concerto encenado "Raiz Pivotante", pelo Quarteto Contratempus, sobe à cena no próximo fim de semana no espaço Favo das Artes, em Mondim de Basto.

O concerto encenado parte da recolha de histórias na região, “da memória crítica” das pessoas sobre a sua infância, a emigração, o Estado Novo (1933-1974), e a implementação da democracia, após Abril de 1974, disse à agência Lusa Claudio Fuentes, que assume a encenação e a dramaturgia.

A ideia é da diretora artística do quarteto, a soprano Teresa Nunes, que em declarações à Lusa referiu o “trabalho de residência e investigação” que o grupo fez na região.

Esta é a segunda produção que o Quarteto Contratempus apresenta em Mondim de Basto, no distrito de Vila Real, depois de um ‘audiowalk’ sobre sustentabilidade intitulado “Paramos ou Morremos”.

A “Raiz Pivotante” é a parte central de uma árvore, a “parte mais grossa, que permite a árvore desenvolver-se”, explicou Fuentes. “A ideia é o olhar de uma árvore centenária para o que a rodeia”, disse Teresa Nunes.

“O que ela viu, desde a emigração, o ir a salto para França (emigração ilegal), tudo o que era proibido durante a ditadura, ao contrabando”, referiu.

Fuentes afirmou que trabalhou sobre a recolha de testemunhos feita, mas houve também uma recolha de canções populares do Norte do país. O concerto “não é só música, há partes narradas, tem uma encenação muito dinâmica e física”, explicou Fuentes.

“O corpo dos intérpretes tem uma grande importância, na medida em que faz parte da interpretação, reagindo com a luz, por exemplo, e vai revelando diferentes figuras”, disse Fuentes.

O concerto encenado é interpretado por Teresa Nunes (soprano), Miguel Leitão (tenor), Crispim Luz (clarinetista), Ana Conceição (violoncelista) e Dalila Teixeira (piano), com desenho e operação de luz de Francisco Campos e Renato Marinho.

A composição musical é de Fernando Lapa, a conceção cenográfica é do grupo, o desenho de som e sonoplastia de José Afonso Monteiro.

O Quarteto Contratempus foi fundado em 2008 por Brenda Vidal, Crispim Luz, Susana Lima e Teresa Nunes, apresentando-se como uma formação composta por soprano, clarinete, violoncelo e piano. Dedica-se à interpretação e divulgação de música contemporânea, e à criação de ópera contemporânea multimédia.



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