Lusa
Vila Real celebra o 25 de Abril com teatro, exposições, lançamento de livros e música, durante uma semana de atividades que tem como destaque a atuação conjunta de quatro bandas filarmónicas a tocar “Grândola, Vila Morena”.
“O 25 de Abril de 1974 é um marco histórico de grande importância para a nossa vida coletiva e é um marco na história de Portugal”, afirmou hoje, em conferência de imprensa, Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real.
No ano em que se assinalam os 50 anos da revolução, a câmara desenvolveu um conjunto de atividades que juntam “o 25 de Abril à arte, à história, à educação e à pedagogia”.
“Quisemos associar-nos a estas comemorações nacionais fazendo um ‘mix’ que agrade a vários públicos e a várias gerações”, afirmou Rui Santos.
O programa do município concretiza-se de forma mais intensa entre 22 a 27 de abril, com 11 iniciativas que incluem peças de teatro, lançamento de livros, exposições, um documentário e concertos.
É na rua, na principal avenida da cidade, a Carvalho Araújo, que se celebra Abril no dia 25, com a atuação das quatro bandas filarmónicas do concelho – Mateus, Portela, Nogueira e Sanguinhedo, que unem a tocar “Grândola, Vila Morena”, a música de Zeca Afonso que foi usada como uma das senhas da revolução.
Nesse dia realiza-se a Assembleia Municipal extraordinária que, como tradicionalmente, é dedicada à efeméride, há ainda uma exposição de viaturas blindadas Pandur do Exército, pelo Regimento de Infantaria 13 (RI13), e serão distribuídos cravos pela população.
Mara Minha, vereadora da Cultura, realçou que a agenda cultural apresentada hoje celebra o “marco histórico que mudou o curso de Portugal”.
“E a cultura desempenha aqui um papel fundamental, como é óbvio, porque ajuda a preservar esta memória história e os valores democráticos que a data representa”, salientou.
Segundo a vereadora, no dia 22 são inaugurados o documentário e exposição “Vila Real e o 25 de Abril”, com fotografias e documentos, seguindo-se mais duas mostras, nomeadamente “Arquivo Municipal – que memórias de Abril? e “25 de Abril, memórias do antes e do depois”, promovida pela Associação Arquivo de Memórias.
A companhia de teatro Filandorra leva ao palco a peça “Contar e cantar Abril”, que revela memórias sobre o antes e o depois da revolução, como a ruralidade, o Interior, a emigração ou a guerra colonial, os casamentos por correspondência, as madrinhas de guerra ou a rádio, enquanto a Urze Teatro apresenta o espetáculo para crianças “O tesouro”.
O grupo Trovas e Madrigais protagoniza o concerto “Mulheres de Abril”, Cristina Branco canta músicas de Zeca Afonso com a Orquestra de Jazz do Douro como convidada em alguns temas, no âmbito da digressão “Abril”, e o “Clube dos poetas vivos” declama poesia num projeto do Teatro Nacional D. Maria II e da Casa Fernando Pessoa.
O escritor Ribeiro Aires apresenta o livro “Vila Real – oposição e eleições no Estado Novo”.
O diretor do Teatro de Vila Real destacou outros eventos que decorrem fora desta semana, mas que também celebram Abril como as peças de teatro “Ir a salto”, um projeto da Urze sobre a emigração clandestina no século passado que estreia hoje, “Uma ideia de justiça” do Teatro do Bolhão, o projeto de Sara Barros Leitão, “Guião para um país possível”, que conta os 50 anos de democracia a partir de registos do parlamento e ainda “Heróis do impossível”, de João Garcia Miguel a partir de textos de Natália Correia e testemunhos do general Garcia dos Santos, um dos capitais de Abril.
Por fim, elencou “A noite”, de José Saramago, interpretado pelo Grupo de Teatro de Jornalistas do Norte, um projeto que reflete sobre o futuro do jornalismo.
No dia 19, o escritor António Francisco Caseiro Marques lança o livro “Era Abril e estive lá” e a União de Sindicatos de Vila Real terá uma exposição patente ao público na Avenida Carvalho Araújo.
