O Centro Oncológico de Vila Real fez 4000 sessões de radioterapia em 2009, evitando 8000 viagens dos doentes oncológicos transmontanos de e para o Porto, revelou esta sexta-feira fonte da administração hospitalar, escreve a Lusa.
O Centro Oncológico começou a funcionar, em pleno, em 2009 para servir uma população de meio milhão de habitantes e com capacidade para dar resposta aos cerca de 1700 novos casos de cancro que se registam, anualmente, na região transmontana.
O presidente do Conselho de Administração do do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), Carlos Vaz, referiu que, apesar das dificuldades iniciais - fundamentalmente por falta de recursos humanos -, hoje o centro está a tratar muitos doentes, evitando deslocações ao Porto.
Menos 8000 viagens de ida e volta ao litoral
Na área da radioterapia, por exemplo, foram efectuadas 4000 sessões em 2009, o que equivaleu a menos 8000 viagens de ida e volta ao litoral.
Pedro Cavaleiro, de Valpaços, esteve internado no Instituto de Oncologia do Porto (IPO) e depois foi transferido para Vila Real para fazer os tratamentos necessários.
«Venho todas as semanas com o meu filho. Ainda é longe, mas fiquei mais próximo, é muito melhor do que ter de ir para o Porto», disse à agência Lusa.
Também João Salgado se desloca regularmente de Chaves para fazer tratamentos de quimioterapia. «Se não tivesse este serviço em Vila Real teria de ir ao Porto. A deslocação seria muito maior e com todos os problemas que isso acarreta, como o cansaço da viagem e despesas», salientou.
Este centro oncológico foi uma das primeiras unidades do género a ser construída fora dos grandes centros urbanos, depois de Lisboa, Porto e Coimbra.
«Direito a ser tratados em proximidade»
«Foi um investimento necessário. Os nossos doentes têm direito a ser tratados em proximidade, com as condições tão boas ou melhores do que no litoral», afirmou Carlos Vaz.
O responsável referiu que no início deste ano vai ser lançado o concurso para aquisição de um novo equipamento de radioterapia, designadamente um acelerador linear.
Já este mês, entrou em funcionamento a unidade de mamografia, que representou um investimento de meio milhão de euros e vai permitir detectar precocemente este tipo de cancro, aquele que mais mulheres mata a nível mundial.
O novo serviço foi equipado com um mamógrafo digital directo, o primeiro do género na Península Ibérica, que, segundo o responsável pela unidade, o médico João Nóbrega, permite detectar precocemente o cancro da mama devido à sua grande resolução. Permite ainda reduzir em 30 por cento a radiação emitida em cada exame.
O centro oncológico efectua o tratamento de cerca de 80 por cento dos casos de cancro registados na região transmontana, designadamente do pulmão, próstata, útero, bexiga, mama, colo rectal, pele e do estÎmago.
Para além da radioterapia, está também equipado com bloco operatório, hospital de dia e cuidados paliativos.