\"Esta foi a Páscoa mais triste de sempre, porque sentimos a falta do nosso Leandro\". Quem o afirma é Amália Nunes, a mãe do menino de 12 anos que desapareceu, há um mês, nas águas do rio Tua, cujo corpo foi encontrado há 12 dias.
Na pacata aldeia de Cedainhos, a cerca de dez quilómetros de Mirandela, a família tenta \"levar a vida para à frente, mas não tem sido fácil\", confessa Armindo Pires, o pai de Ana Catarina (9 anos) e de Márcio (12 anos), irmão gémeo de Leandro.
Enquanto aguardam os resultados dos inquéritos que o Ministério Público (MP) e a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) abriram após o trágico acontecimento, surge a informação que o MP arquivou o inquérito relativo à queixa apresentada por Amália, em Dezembro de 2008, contra três menores que terão agredido Leandro, na central de camionagem de Mirandela.
Segundo apurou o JN junto de fonte hospitalar, existe registo de um episódio de urgência no hospital de Mirandela, nessa data, revelando que Leandro terá sido agredido com \"pontapés na cabeça\" e teve necessidade de ficar internado no serviço de Pediatria, durante dois dias.
Apesar da decisão de arquivar o processo já ter sido tomada há cerca de meio ano, Amália Nunes diz nunca ter sido notificada. \"Não recebi nada e não entendo como é possível não punir ninguém, depois do que fizeram ao meu filho\", afirma. Na altura, fez queixa à direcção da escola, que terá rejeitado responsabilidades, alegando que as agressões ocorreram fora do recinto escolar.
O MP justifica a decisão com o facto de os menores denunciados terem menos de 12 anos, na altura dos factos. Como não se aplica a lei tutelar educativa, o caso foi remetido para a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Mirandela, com vista à instauração de processo de promoção e protecção. O plano de acção para os três menores terá sido \"aplicado e cumprido sem problemas\", garante fonte da CPCJ. De tal forma que nunca mais foi registado qualquer incidente da sua autoria, adianta a mesma fonte.