Nesta vindima marcada pela pandemia, a Quinta da Avessada, Alijó, mantém o programa turístico com corte de uvas e lagarada mas com limitação de participantes e desinfeção regular das tesouras, baldes e até do mosto no lagar.

“Não queremos fechar a região do Douro no seu ponto mais alto”, afirmou à agência Lusa Luís Barros, da Quinta da Avessada, localizada em Favaios, concelho de Alijó, distrito de Vila Real.

Na propriedade já se vindima, o programa turístico decorrerá até outubro, mas, segundo o responsável, “com muitas restrições” e uma “forte aposta na segurança dos clientes”.

Luís Barros especificou que todos os turistas que chegam à propriedade têm de passar num túnel de desinfeção para a higienização da roupa e corpo. Cada grupo não pode ter mais de 25 pessoas, quando anteriormente ascendiam aos 50.

Depois, todos os baldes e tesouras entregues aos visitantes estarão também desinfetados e, na vinha, os participantes estarão dispersos por uma área delimitada, nunca se cruzando com os vindimadores da quinta.

Haverá também a obrigatoriedade do uso de máscara e há álcool gel espalhado pela propriedade.

No lagar instalado na enoteca, um pequeno museu interativo alusivo à história e cultura da vinha e do vinho na região do Douro, só vão poder entrar 10 pessoas de cada vez, ficando os restantes elementos do grupo no jardim exterior a assistir a uma peça pelo Grupo Teatral de Favaios.

“Vamos brincar um pouco este ano. A ideia é permitir a quem nos visita molhar os pés no mosto, mas com estas uvas, este ano, não se vai fazer vinho, porque tudo vai ser higienizado antes do próximo grupo”, explicou.

A realidade, segundo Luís Barros, agora “é outra”. “Esta adaptação é para não perdermos a tradição. É um pouco diferente, mas penso que o espírito está cá”, frisou.

O preço do programa mantém-se, mas são acrescentados serviços como a peça de teatro.

A Quinta da Avessada está preparada para receber grupos para refeições, provas e visitas à enoteca e tem capacidade para acolher até 300 pessoas em simultâneo.

Depois da paragem provocada pela covid-19, a propriedade reabriu em junho e recebeu um “balde de água fria”.

“Rapidamente tivemos várias reservas de portugueses, mas depois não apareceu ninguém. Os portugueses começaram a responder à chamada a partir de julho e tem sido um ‘boom’. É a prata da casa que nos está a manter à tona”, referiu.

O mercado nacional representava 10% para esta quinta e, este ano, é “90%”. São maioritariamente portugueses, mas à Avessada também vão chegando estrangeiros.

Nadine Hoeger é ‘cruise manager’ e acompanhou um grupo de 15 alemães, que chegou ao cais do Pinhão a bordo de um barco hotel, até à quinta duriense.

À Lusa disse que o retomar da operação tem corrido bem e apontou as medidas que estão a ser implementadas para reforçar a segurança quer dos passageiros como da tripulação.

Nomeadamente, frisou, também no cais de Gaia os turistas têm de passar num túnel ou pórtico de desinfeção e são obrigados a fazer um teste rápido à covid-19 que dá o resultado em “10 a 15 minutos” e tem uma fiabilidade de 90%.

“É uma medida extra de precaução que inspira confiança no próprio cliente”, frisou.

Em agosto de 2019, passaram pela Avessada cerca de 11.000 pessoas. Neste mês homólogo de 2020, o número de clientes deverá fixar-se, segundo Luís Barros, entre os 4.000 a 5.000.



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