A Quinta da Avessada, Alijó, vai oferecer o almoço da Pascoela a 58 pessoas com necessidades especiais, aproveitando os alimentos em ‘stock’ para o arranque da época turística no Douro, que foi adiado por causa da pandemia.

O proprietário Luís Barros disse hoje à agência Lusa que se preparava para “um dos melhores anos de sempre” nesta quinta instalada em Favaios, no concelho de Alijó, distrito de Vila Real, onde os turistas podem fazer visitas às vinhas, à enoteca interativa e refeições.

Depois da pausa de inverno, a propriedade reabriu no dia 10 de março, ainda recebeu dois pequenos grupos de visitantes, mas fechou no dia 16 por causa da covid-19 e abriu o processo de ‘lay-off’ para os 42 funcionários.

As arcas frigoríficas da quinta estão “carregadas de alimentos”, o turismo no Douro “completamente parado” e as expectativas de retomar a atividade são, segundo Luís Barros, “só para julho”.

“Decidimos, por isso, proporcionar a Pascoela, que se assinala uma semana depois da Páscoa, aos residentes nos lares de Sabrosa e de Alijó da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM). Estamos a falar de 58 utentes que estão institucionalizados e nós queremos levar-lhes um mimo”, afirmou.

A estes utentes será oferecida, no domingo, uma refeição de cordeiro assado no forno e as sobremesas de pudim de vinho do Porto e leite creme, preparada pelos ‘chefs’ e ajudantes de cozinha da propriedade que se disponibilizaram para regressar ao serviço no próximo fim de semana.

As tradicionais padarias de Favaios também se associaram à iniciativa e vão oferecer o pão.

“Queremos fazer algo para a comunidade local mais desfavorecida, mas também darmos uso a todos os alimentos que temos em ‘stock’ na nossa quinta”, frisou.

Luís Barros disse que se perspetivava um 2020 “excecional para o turismo no Douro”.

“Era o ano em que mais reservas tínhamos, já estávamos com dificuldades de calendário para albergar tantos turistas, estamos a falar em mais de 10 mil turistas por mês”, frisou.

Entre 15 de março de 2019 e 15 de janeiro de 2020, esta quinta duriense recebeu à volta de 80 mil visitantes. A maior parte destes turistas chega ao território nos barcos que cruzam o rio.

O responsável lembrou que 2007 foi um ano “muito mau para o turismo” neste território porque as pessoas “não tinham dinheiro para viajar”, mas apontou que, a partir daí, o mercado, principalmente o internacional, “foi sendo conquistado”.

“Foi sempre a crescer e chegamos a 2020 e a sensação é de voltarmos a 2007. Olharmos para as nossas quintas, com o investimento feito, e ninguém. É um nó no estômago que se sente neste momento”, frisou.

No entanto, Luís Barros garantiu que o “Douro sempre foi e é uma terra de luta”.

“Temos um mercado que sabemos trabalhar, que conhecemos muito bem e estamos à espera de ‘um comprimido’ para combater este vírus. Enquanto isso não acontece temos uma equipa em casa e temos toda a máquina preparada”, salientou.

O responsável referiu que o seu objetivo é “manter todos os colaboradores” até o “turismo voltar” e explicou que a quinta preparou um “plano de emergência financeiro”.



PARTILHAR:

É o Corona, a canção de 38 músicos metaleiros

Exército faz desinfeção da unidade de cuidados continuados de Moncorvo