Uma pedreira de quartzo espanhola nas margens do rio Maçãs está a deixar Bragança preocupada. A exploração é um «perigo para a saúde pública e vai inviabilizar a praia fluvial do Colado», dizem os ambientalistas.

A população de Quintanilha, no concelho de Bragança, está contra a instalação de uma pedreira de quartzo nas margens do rio Maçãs. Se a exploração avançar a praia fluvial do Colado ficará inviabilizada como zona balnear.

A área para onde está projectada uma pedreira de exploração de quartzo em Quintanilha, junto ao Maçãs, um rio internacional, confina com o Parque de Montesinho e faz parte da Rede Natura, recebeu investimentos comunitários de vários milhares de euros para o melhoramento da praia fluvial do Colado. Nas imediações existe ainda um castro, considerado dos mais importantes da Península Ibérica.

O investimento na pedreira é da responsabilidade de uma empresa espanhola de Léon, a Hespérica, cujo projecto propõe a exploração de quartzo de alta qualidade, numa área de 25 hectares, localizado a menos de uma quilómetro da Ponte Internacional de Quintanilha, e a 20 metros do rio Maçãs, a montante. O Estudo de Impacte Ambiental está já em discussão pública em Espanha.

A Associação Protectora Amigos do Maçãs (APAM) já pediu esclarecimentos à Câmara de Bragança, ao Governo Civil e ao Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), no Verão, mas ainda não obteve respostas.

José Fernandes, da APAM, afirmou que se trata de um problema ambiental e de um caso de saúde pública, pois a exploração de quartzo produz silícios, uma substância nociva para a saúde.

A pedreira terá ainda um forte impacto visual e sonoro e se avançar vai inviabilizar a existência da praia do Colado. \"Deixará de ter condições ambientais para receber as pessoas devido à poluição da pedreira, ninguém vai querer estar num local cheio de poeiras e com vistas para uma exploração mineira a céu aberto\", vaticinou.

O autarca de Bragança, Jorge Nunes, pediu esclarecimentos à Autoridade do Ambiente espanhola, mas até agora não obteve qualquer resposta. Mas o autarca considera que a responsabilidade \"primeira\" é do ICNB. \"No Montesinho houve impedimentos a empresários portugueses à exploração de pedra para a reabilitação das aldeias, os empresários locais enfrentaram a oposição do ICNB, isto é irracional\", lembrou e edil.



PARTILHAR:

Aldeia de Terroso

Mega operação da PSP