O Festival Quintanilha Rock regressa em julho à fronteira, em Bragança, com a aposta reforçada em juntar festivaleiros e a comunidade local no ano em que atinge a maioridade, revelou hoje a organização.

Desde há 18 anos que um grupo de jovens voluntários da Associação ArtiColado colocou a aldeia fronteiriça de Quintanilha e o parque do Colado, junto ao rio Maças, no cartaz nacional dos festivais de verão, com uma participação esperada de seis mil pessoas, entre 04 e 06 de julho.

Ter a participação dos espanhóis “é fundamental para as pessoas da aldeia”, como sublinhou Leonor Afonso, na apresentação do festival, que assume como diferença, em relação aos restantes, esta vertente ibérica.

O primeiro dia do festival é dedicado à aldeia com a novidade de várias iniciativas dirigidas a pais e filhos com fatos robóticos com música eletrónica dos anos 1970, artes de rua com experimentação plástica, um ‘ensemble’ de instrumentos de plástico reutilizado e um concerto para crianças com músicas de Capitão Fausto.

Esta edição fica também marcada por um concerto inspirado no desafio “Quintanilha meu amor” lançado aos habitantes locais para que escreverem cartas a falar da aldeia.

A marca distintiva do festival mantém-se também na alimentação sem comida de plástico, e este ano também sem copos de plástico, imperando a gastronomia tradicional.

“O aroma da comida de casa dos nossos avós, feita ao lume, em potes ou na grelha, faz parte de uma memória coletiva que queremos partilhar com aqueles que vêm ao festival nas mesas ‘corridas’ do Parque do Colado, onde as refeições são comunitárias e não faltará feijoada de javali, galo no pote ou trilogia de porco bísaro, raça autóctone da região transmontana”, apontou Filipe Afonso, presidente da ArtiColado.

O festival é feito de presenças de todas as idades mesmo entre os artistas, como comprova o espetáculo que junta no mesmo palco Lúcia Gonzalo, de 22 anos, de Zamora (Espanha), com Octávio Fernandes, de 68 e de Bragança.

“É de encontros que se trata o Quintanilha Rock, de encontros artísticos, transfronteiriços e intergeracionais”, salientou Leonor Afonso.

A vertente ibérica do festival também se materializa numa sessão de contos bilingue, em parceria com o Museu do Abade de Baçal e o Museo Etnográfico de Castilla y León.

Nos três dias do festival subirão ao palco, na fronteira de Quintanilha, “nomes incontornáveis do panorama alternativo nacional como Cassete Pirata, Fast Eddie Nelson, Quadra, The Black Wizards, Whales ou Missa Lava”.

Os músicos locais têm este ano “mais palco”, com Raiva Rosa, Meta (Mariana Bragada), Orquestra InCómoda e Quintanilha Calling, projeto que celebra os 40 anos do icónico álbum "London Calling” dos britânicos The Clash.

O festival conta com o apoio financeiro e logístico da Câmara Municipal de Bragança, com o presidente Hernâni Dias a sublinhar a expressão que o evento tem ganhado no panorama nacional e o facto de “juntar a vertente festivaleira com o que é característico da localidade”.

“Envolve as pessoas, que sentem o festival como seu”, considerou.



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