A Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) anunciou ontem o seu apoio à contestação dos produtores de vinho da região Douro.
Em comunicado, a CAP acusa o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) de prejudicar duplamente os produtores durienses, primeiro por ter fixado em 2010 uma quota demasiado elevada para a produção de vinho do Porto (110 mil pipas), levando a uma baixa de preços, e agora por a reduzir às 85 mil pipas, uma decisão que traz \"uma quebra de rendimento injustificável e insustentável\".
Para minimizar os efeitos destas decisões na situação económica dos produtores, a CAP vai propor ao governo o \"fecho do Douro à entrada de novas licenças de plantação\" e a \"proibição de transferência de licenças de vinhas\" de zonas sem benefício para áreas com benefício.
Os produtores alegam que se tratya da maior diminuição de sempre no número de pipas de vinho do Porto a beneficiar numa vindima. A quota há dez anos, em 2001, chegou a ser fixada em 154 mil pipas.
Segundo a CAP, esta quebra acontece num ano particularmente mau para os produtores da região. As \"dificuldades impostas por intempéries e doenças das vinhas\" vão reflectir-se, estimam, \"numa quebra de produção na ordem dos 25%\".
Já no início do mês, quando foi conhecida a intenção do IVDP relativamente às quotas da vindima que agora começa, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCRN) emitiu um parecer em que alertava para \"o colapso económico\" dos pequenos produtores da região.
Num comunicado enviado ao governo, a CCDRN dizia que, \"se nada for feito, as condições de vida de milhares de pequenos e médios viticultores estarão comprometidas\". Segundo as suas contas, a redução de 25 mil pipas representa menos 23,25 milhões de euros para os produtores de vinho do Porto.
A CCRN apelava ainda à intervenção de organismos de promoção internacional, como a AICEP e a ViniPortugal, devido à \"assinalável quebra\" que alguns mercados de exportação, como o francês e o holandês, estariam a registar.