Os portugueses que vivem na Suécia podem matar saudades da música portuguesa através de um programa de rádio em língua portuguesa que é transmitido semanalmente em Gotemburgo, cidade onde vive a maioria dos emigrantes.
Com nove anos de existência, o programa «Rádio Piko» vai para o ar todos os domingos, entre as 13:30 e as 16:00, e «pretende manter viva a cultura portuguesa em terras suecas», disse à Agência Lusa Carlos Silva, responsável pelo programa.
De acordo com este emigrante que está na Suécia há 36 anos, o programa fala de costumes e tradições e aproxima as segundas e terceiras gerações ao país e à música.
Os temas musicais são os mais variados e o programa conta com o apoio da RDP Internacional na área da informação.
«Rádio Piko» é transmitido a partir de Gotemburgo nos estúdios da Federação das Rádios Livres da Suécia e também está disponível na Internet (www.redepiko.org).
O programa de rádio é uma das iniciativas da Federação da Mulher Lusófona (PIKO), associação que defende os interesses das emigrantes que nasceram em países de língua portuguesa e que acolhe, em Estocolmo, desde sexta- feira até hoje, os «Encontros para a Cidadania: A igualdade entre homens e mulheres nas comunidades portuguesas na Europa».
Criada em 1985 por um grupo de mulheres portuguesas radicadas na Suécia, a associação tinha como intenção inicial unir as mulheres portuguesas, daí o nome PIKO que resulta da tradução para sueco de associação das mulheres portuguesas emigradas, explicou a sua presidente, Rosa das Neves Aker.
Há oito anos, os interesses foram alargados e juntaram-se à PIKO as mulheres oriundas do espaço lusófono, nomeadamente do Brasil, Cabo Verde e Angola.
Segundo Rosa das Neves Aker, os principais objectivos da PIKO são «unir as mulheres lusófonas, lutar pela igualdade de direitos no país de acolhimento, fomentar o intercâmbio cultural ou apoiar iniciativas como exposições, espectáculos e festas comemorativas».
A PIKO foi a primeira associação de mulheres que surgiu nas comunidades portuguesas.
Além da PIKO, há ainda a Federação das Associações Portuguesas na Suécia, que congrega cerca de 1.500 associados, e tem como «grande luta» manter os emigrantes ligados a Portugal e divulgar a cultura portuguesa junto de outras comunidades e da própria sociedade de acolhimento, disse à Lusa o respectivo presidente, Amadeu Batel.
Na Suécia vivem cerca de 4.500 portugueses e luso- descendentes.
Os portugueses chegaram à Suécia na década de 60 para trabalhar nas pedreiras e estaleiros navais de Gotemburgo e Malmoe, emigrando no início dos anos 70 as mulheres e os filhos no âmbito do reagrupamento familiar.
Há ainda portugueses que «fugiram» para a Suécia antes do 25 de Abril de 1974 por razões políticas.
Actualmente não há emigração para a Suécia, sendo «os novos emigrantes» os portugueses que vão tirar uma licenciatura ou um doutoramento para a Universidade de Estocolmo, salientou Amadeu Batel.
Diário Digital / Lusa