Martha de la Cal, autora da reportagem sobre a prostituição brasileira em Bragança confessa ao Diário Digital estar «surpreendida» com as reacções ao seu artigo, que faz a capa da edição europeia da revista Time.

«De facto, não esperava tanta crítica, já que quando estive em Bragança toda a gente nos ajudou e cooperou», desabafa a jornalista, nascida nos Estados Unidos, e que desde 1972 é correspondente em Portugal da revista Time.
A contestação das auto-intituladas Mães de Bragança surgiu em Maio, face à presença de prostitutas na cidade, que consideravam excessiva e perniciosa.

Foi nessa altura que Martha de la Cal propÎs à Time a reportagem, que considera mostrar, antes de mais, uma mudança de mentalidade das mulheres transmontanas, que «durante anos não puderam ter voz».

Martha de la Cal sublinha ainda que a presença de «prostitutas em Bragança, em Mirandela ou em Vila Real se deve apenas ao facto de assim estarem mais próximas de Espanha e do centro da Europa».

A jornalista reconhece que Bragança «não é Amesterdão», mas sublinha ter querido mostrar «um pequeno exemplo do que se está a passar no mundo: A globalização da prostituição e do tráfico de mulheres».

«Há tráfico de mulheres, que não são necessariamente enganadas. Muitas vão para a prostituição porque precisam de dinheiro», argumenta Martha de la Cal, lembrando ser este o caso de todas as brasileiras com quem falou em Bragança: «Num dia ganhavam o mesmo que durante um mês no Brasil, e todas tinham filhos a quem mandavam dinheiro».



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