Os dois arguidos são acusados de se apoderarem da senha de acesso ao sistema informático e de fazerem carregamentos não autorizados em cartões de vários reclusos, sem o conhecimento dos mesmos, conseguindo desta forma aceder a “grandes quantidades de produtos” indevidamente.

Os dois antigos presos, com idades entre os 43 e 45 anos, estão acusados de um crime de burla informática e 144 crimes de falsidade informática por factos praticados entre 20 de junho e 28 de agosto de 2014.

A alegada burla foi descoberta pelo responsável do sistema de acesso ao bar e à cantina que se terá deparado com quantidades de produtos em falta fora do normal.

Os acusados, que entretanto já se encontram em liberdade, trabalharam no bar da cadeia de Izeda e, segundo a acusação, terão conseguido a senha de acesso ao sistema, na véspera das férias do responsável.

A palavra-passe estaria escrita num papel e escondida numa secretária para o caso de a funcionária que estava em regime de substituição necessitar dela.

Na posse da palavra-passe, os dois reclusos terão efetuado entre 20 de junho e 28 de agosto, vários carregamentos não autorizados em 13 cartões de outros reclusos que não usavam regularmente o serviço, segundo a acusação.

De acordo ainda com o Ministério Público, os titulares dos cartões não se terão apercebido dos movimentos, que foram descobertos pelo responsável do serviço quando regressou de férias e se apercebeu de "incongruências nos 'stocks'".

A palavra-passe foi entretanto alterada e os prejuízos avaliados em quase 3.500 euros, valor que o Estado reclama com juros.

O tribunal começou hoje a ouvir as mais de 20 testemunhas arroladas para este julgamento, que já tem novas sessões marcadas para janeiro e fevereiro.

 

HFI//LIL

Lusa/fim

Fotografia: Direitos Reservados



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