Redescobrir Júlio Pomar em Bragança é a proposta, para este verão, do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais através de uma exposição com perto de uma centena de obras que mostram o percurso do conceituado artista português.
A mostra abre quarta feira ao público e pode ser visitada até 17 de outubro, proporcionando «uma viagem à produção artística de Júlio Pomar com obras de todos as fases e linguagens, desde os anos de 1940 até à atualidade».
\\\"Cada sala, cada parede corresponde a uma década e uma fase do artista\\\" como explicou Jorge da Costa, diretor daquele espaço e comissário da exposição que conseguiu reunir obras junto de instituições, nomeadamente as fundações Júlio Pomar e Gulbenkian e o centro Manuel Brito.
A exposição da antologia de Júlio Pomar abre no dia em que o Centro de Arte Contemporânea comemora dois anos.
Júlio Pomar chegou a Bragança na véspera da inauguração e explicou esta quinta-feira aos jornalistas como é que um pintor de renome internacional tem agora preferência por este tipo de eventos.
\\\"Neste momento tenho uma certa preferência pelas exposições deste tipo, pelas mostras que se realizam para um público, que não é um público habitual dos circuitos - aquele que supostamente já sabe tudo\\\", disse o pintor.
Para Pomar, \\\"este sair para fora do circuito\\\" tem uma dupla vantagem que é conhecer uma parte do país o que lhe dá \\\"confiança e desejo de continuar nela a fazer coisas\\\".
Júlio Pomar espera que o público saia agradado com o seu trabalho e diz ser-lhe \\\"difícil\\\" apontar uma obra preferida.
\\\"Gosto mais das coisas que estão ainda \\\"engasgadas\\\". Estas coisas aqui já estão fechadas, já não são minhas, já não me pertencem, já não tenho um poder de intervenção\\\", sustentou.
Nesta primeira passagem pela cidade de Bragança, Júlio Pomar será homenageado, quinta feira, numa sessão com Laura Castro e Vasco Graça Moura, um ato que começa já a ser \\\"rotina\\\" porque, como reconhece, \\\"a partir de uma certa idade as coisas começam a suceder-se\\\".
\\\"Entre um senhor autor de obra e um puto que se sente a começar\\\", Júlio Pomar salienta que se sente a começar, aos 84 anos, e continua a pintar.
\\\"Se não ficava com um mau feitio que ninguém me aturava\\\", disse.
O convite para expor em Bragança partiu da amiga Graça Morais, a pintora transmontana, que \\\"acarinha\\\" o centro com o seu nome e que desafia os portugueses a colocarem este espaço nos roteiros de férias.
\\\"Já que vai ser um ano difícil para viajar para o estrangeiro então que se viaje dentro do país e que venham a Bragança\\\", afirmou Graça Morais.
Os trabalhos da pintora enchem sete salas com uma exposição agora renovada com mais retratos e autorretratos da pintora transmontana.
Quarta feira, o centro quer espalhar arte pela zona histórica da cidade com vários eventos a decorrerem em simultâneo na rua, espaços comerciais e culturais.
Pelo Centro de Arte Contemporânea Graça Morais passam em média 1300 visitas por mês.
A próxima exposição está já a ser preparada, para o inverno, pelo pintor espanhol Santiago Ydanez, inspirada nos Caretos transmontanos que animam as tradicionais festas de Natal e dos Rapazes.
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