O quantitativo de produção de vinho do Porto para a vindima de 2009 foi fixado em 110 mil pipas.
Serão menos 13 500 pipas relativamente ao ano passado. A decisão foi tomada, ontem, em reunião do Conselho Interprofissional da Região Demarcada do Douro. A Produção contesta, o Comércio aplaude.
O presidente da Casa do Douro, Manuel António Santos, considera a redução da produção \"inconcebível\" e nota que já estava à espera que tal pudesse acontecer. O responsável desconfia que se venha a dar ainda um passo \"mais prejudicial\" para quem vive da vitivinicultura: \"A redução dos preços\". Daí que alerte os intervenientes no sector para a situação problemática dos viticultores que \"já estão com a língua de fora e, de caminho, perfeitamente asfixiados!\"
Manuel António Santos entende que este até seria um ano para se considerar a constituição de \"uma reserva de vinho generoso no Douro, para colocar no mercado em momento mais adequado\". Para a concretizar poderiam ser canalizados \"alguns dos muitos dos milhões de euros que andam a ser espalhados por aí\".
A directora executiva da Associação de Empresas de Vinho do Porto, Isabel Marrana, considera \"adequado\" o quantitativo fixado, pois vai \"evitar que sobre vinho na vindima e permitir a manutenção dos preços\". Um objectivo que vê como \"essencial e estratégico\" para o sector.
A redução era, de resto, esperada, tanto mais que, em 2008, a comercialização de vinho do Porto caiu 5,3% e, no primeiro semestre deste ano, a quebra foi de 3,7% sobre os números do ano anterior. \"Não havia outra solução se não ter um benefício mais baixo\", frisou Isabel Marrana.