Autarcas e empresários do distrito de Vila Real classificaram hoje a redução de 50% nas portagens das antigas SCUT como uma “medida positiva”, mas alguns defendem que se pode ir mais longe até à sua abolição.

O Governo aprovou na quinta-feira a redução de 50% nas portagens das antigas SCUT a partir de 01 de julho, tal como tinha sido definido pela Assembleia da República aquando da aprovação do Orçamento do Estado para 2021.

A medida institui a redução de 50% do valor das taxas de portagens em cada passagem nos lanços e sublanços das antigas Estradas Sem Custo para o Utilizador (SCUT), nomeadamente na A24 - Interior Norte, que, no distrito de Vila Real, liga o Douro, no Peso da Régua, à fronteira com Espanha, em Chaves.

Rui Santos (PS), presidente da Câmara de Vila Real, afirmou à agência Lusa que a redução “é significativa” e representa “o caminho no sentido certo” que, na sua opinião, é a “abolição das portagens”.

O autarca da capital de distrito disse que ”faltam cerca de três anos para que o investimento feito nas ex-SCUT, por parte do Estado, esteja pago”, pelo que, considerou, “hoje não são um problema de maior no Orçamento do Estado”.

Rui Santos lembrou que as portagens foram instituídas durante o Governo da coligação PSD/CDS-PP e afirmou que acredita que “tendencialmente se caminha para a abolição das portagens”.

Para já, destacou a importância da redução para a “economia, comércio, administração pública e atração ao território”.

O social-democrata Fernando Queiroga, presidente da Câmara de Boticas, disse que não fica satisfeito com esta notícia.

“Não, eu acho que o Governo tem essa dívida para com este território e devia ser zero. Não era 50%, era zero, porque este atraso que tem este território deve-se à inércia de vários governos que passaram pela governança do nosso país”, afirmou.

O autarca classificou a redução como “um rebuçado” e salientou que a região o que precisa é de “medidas efetivas”.

“E sabemos, no ‘timing’ em que estamos, porque é que são estas medidas, não sei se, no final do ano, não reverte tudo, espero que não”, apontou.

Por sua vez, Nuno Vaz (PS), presidente da Câmara de Chaves, considerou que se trata de uma “boa meia notícia”, de uma “decisão importante e que é justa, mas também é justa porque vai no caminho certo”.

“Este processo de reversão é um processo que nós valorizamos, apoiamos, sabemos bem que tem sempre impactos financeiros importantes (..) Esperamos que se consolide e se ganhem condições para que, no futuro mais próximo, possamos deixar de ter nas antigas SCUT pagamento de portagens”, frisou.

José Magalhães, presidente da Nervir – Associação Empresarial de Vila Real, afirmou que “a redução de 50% nas portagens é positiva para os empresários da região e para todos os utentes das SCUT".

"Mesmo para quem nos visita, esta redução tem impacto”, frisou.

O responsável acrescentou, que “claro que a Nervir gostaria de uma maior redução”, no entanto, disse entender que “não poderá ser feita de uma só vez”.

Mauro Gonçalves, da Associação do Industriais do Granito (AIGRA), com sede em Vila Pouca de Aguiar, enalteceu todas as medidas que sirvam para aliviar “a carga” das empresas e salientou que as portagens representam um custo “muito elevado” nas finanças destas indústrias, já que os camiões circulam essencialmente nas autoestradas.

“São medidas vantajosas. Começamos com um patamar interessante, para já são 50%, esperamos que, no futuro, se continue a seguir esta rota e não se caminhe para trás, como acontece muitas vezes”, afirmou à Lusa.

Fotografia: António Pereira



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