A Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) decidiu encerrar o atendimento nocturno dos centros de saúde do distrito de Bragança, decisão que já foi contestada por alguns autarcas da região.

O presidente da Câmara de Vimioso, José Rodrigues, disse à TSF estar «alarmado» e «triste» com a decisão, sublinhando que «para chegar ao hospital de Bragança são precisos 50 minutos em condições normais do estado do tempo».

Já o autarca de Vila Flor, Artur Pimentel, não teme o encerramento do atendimento, mas contestou o horário.

Em Alfândega da Sé, a presidente Berta Nunes apelou à necessidade de «ser colocada uma ambulância nos bombeiros com as condições necessárias para fazer o atendimento de casos urgentes».

Já a ministra da Saúde disse estar a correr tudo dentro da normalidade e garantiu que os autarcas locais foram informados do encerramento dos serviços.

No entanto, para o serviço funcionar é exigida a presença de um enfermeiro e de um assistente operacional em presença e de um médico em regime de prevenção, cujos custos são assegurados em horas extras.

Fernando Araújo explicou que os utentes que se deslocam ao SAP em situações de verdadeira urgência são reencaminhados para as urgências hospitalares, \"perdendo tempo essencial para a prestação dos cuidados diferenciados, o que põe, por vezes, em risco a sua vida ou gera situações clínicas de difícil recuperação\".

Naqueles centros há ainda um envelhecimento elevado dos médicos \"que estão prejudicados pela afectação de horas clínicas prioritárias ao SAP\", acrescentou. Esses médicos têm ainda a possibilidade de solicitar a dispensa de serviço de urgência nocturna. As substituições, em caso de férias, folgas ou doença, deverão estar asseguradas de forma a evitar rupturas no atendimento, mas a região tem falta de profissionais.

A ARS-Norte concluiu que a procura dos SAP se verifica para situações que, na sua generalidade, podem ser resolvidas pelos médicos de família, no âmbito da consulta programada. Quando assim não é, explica, \"pode haver repetição de meios complementares de diagnóstico e a eventual mudança da terapêutica, gerando um sentimento de confusão e resultando em prejuízos clínicos e económicos para os utentes\".

Fernando Araújo admite que o SAP não responde a situações de urgência/emergência, uma vez que é apenas o prolongamento das consultas de medicina geral e familiar. A proposta de requalificação da Rede de Urgência e Emergência não identifica a necessidade de uma Urgência naqueles centros e determinou a criação de Urgência Básica em Mogadouro, Vila Nova de Foz CÎa e Macedo de Cavaleiros, que têm funcionado desde 2009, \"de forma regular e eficiente\".



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