O Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE) realizou nos últimos quatro anos quase cinco vezes mais cirurgias apresentando uma das maiores taxas de aumento em Portugal, anunciou hoje a administração da unidade de saúde.

O aumento de 351 por cento traduziu-se, em 2009, em 3235 doentes submetidos a intervenção cirúrgica em regime de ambulatório, quando, em 2005, esse número era apenas de 717, indicam os dados hoje divulgados pela instituição.

De acordo com a administração do CHNE, estes números «representam uma das maiores taxas de aumento de todo o país e reflectem-se, sobretudo, no crescimento da cirurgia oftalmológica, que passou a realizar-se predominantemente no Centro de Cirurgia de Ambulatório da unidade hospitalar de Mirandela».

O CHNE é composto pelos três hospitais do distrito (Bragança, Macedo de Cavaleiros e Mirandela) e serve uma população de aproximadamente 150 mil pessoas, que deixaram de esperar oito meses por uma operação, por exemplo às cataratas.

Os doentes esperam agora em média apenas dois meses por este tipo de intervenção, enquanto que «em cirurgia geral não há praticamente lista de espera».

«Houve ainda ganhos evidentes no número de consultas e tratamentos laser aos doentes de todo o distrito, reforçando a posição do CHNE a nível nacional, como um dos hospitais com maior crescimento também nesta área da Cirurgia de Ambulatório», acrescenta a administração.

Segundo a fonte, a cirurgia de ambulatório «oferece inúmeras vantagens, como o aumento da comodidade do doente», que é atendido mais rápido e permanece menos tempo internado depois da intervenção.

Para discutir a importância destes resultados, o CHNE promove, quarta feira, em Mirandela, uma conferência sobre «Cirurgia de Ambulatório, do Presente ao Futuro» proferida por Silvestre Carneiro, professor de cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Porto e diretor da cirurgia de ambulatório do Hospital de São João, na mesma cidade

A redução dos tempos de espera nas diferentes especialidades, mas sobretudo a melhoria da acessibilidade às consultas externas, que cresceram 15 por cento, contribuíram, segundo o presidente do conselho de administração, Henrique Capelas, para a «diminuição drástica» dos episódios de urgência nas três unidades hospitalares.

O CHNE foi um dos que apresentou, na zona Norte, a diminuição mais acentuada, superior a 30 por cento que associa também à melhoria do atendimento nos cuidados primários (centros de saúde), nomeadamente com maior recurso das pessoas à consulta aberta.

Os responsáveis acreditam que esta redução tem contribuído para afastar das urgências hospitalares uma parte significativa das «falsas urgências» que constituem metade dos mais de 200 casos atendidos, em média, diariamente nos três hospitais de Bragança.

Henrique Capelas está convencido que «a urgência deixou de ser a melhor porta de entrada no hospital» graças à melhoria dos serviços de saúde.



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