Fernando Campos, que falava no fim de uma reunião com o ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, afirmou que o Governo já tem asseguradas as verbas, através de dinheiros próprios e de fundos comunitários, necessárias para a reflorestação de toda a área ardida.
Durante cinco dias um incêndio queimou uma vasta área de floresta, principalmente constituída por pinhal bravo, no concelho de Boticas, mas que se propagou ainda para os concelhos vizinhos de Vila Pouca de Aguiar e de Chaves.
Os projectos de reflorestação serão elaborados pelo recém constituído gabinete interministerial de acompanhamento, criado pelo Governo para definir as estratégias que vão minimizar os prejuízos causados pelo fogo.
Segundo Fernando Campos, os prejuízos causados pelo incêndio ascendem aos 55 milhões de euros (11 milhões de contos).
A equipa técnica que vai ficar responsável pelo projecto que, segundo o autarca, se quer \"piloto e moderno\", é constituída por elementos da Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes e Alto Douro, Direcção Geral das Florestas, Ministério do Ambiente, autarquias e conselhos directivos de baldios.
Na zona serão plantadas as espécies que mais se adaptam às condições do terreno, nomeadamente o pinheiro bravo, árvore que predomina actualmente, além do castanheiro, cerejeira brava, carvalho e o freixo.
\"São árvores que produzem madeira de muita qualidade\", garantiu o presidente.
Segundo o autarca, as novas espécies vão permitir compartimentar a floresta e criar linhas de descontinuidade.
O Governo vai constituir o mais breve possível a equipa técnica, que deverá ter o projecto pronto no final do ano e a tempo da época de plantação, na próxima primavera.
No mais curto espaço de tempo e seguindo todas as normas legislativas, será removido o lixo florestal deixado pelo fogo.
Fernando Campos referiu que as árvores serão abatidas num prazo máximo de 30 a 45 dias, mas como se trata de volumes excepcionalmente elevados de madeira o abate do material lenhoso deverá ter em consideração a capacidade de absorção do mercado.
O autarca sublinhou que esta medida vai prevenir o aparecimento de pragas e doenças que poderiam por em causa a mancha de floresta não ardida.
Segundo Fernando Campos, o ministro da Agricultura garantiu ainda a implementação de uma política de reordenamento do território e de projectos que visem a limpeza das florestas, a construção de caminhos e a colocação de pontos de água.
Medidas que, na opinião do responsável, poderão prevenir a ocorrência de incêndios