O relatório \"O Turismo na Região Norte de Portugal - 2009\", ontem, segunda-feira, divulgado, conclui que a crise financeira mundial causou uma quebra no sector, mas ressalva que \"a região Norte foi a que menos caiu em comparação com a média nacional\".

Na apresentação do estudo, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), no Porto, Rui Monteiro, coordenador do relatório levado a cabo pelo Observatório das Dinâmicas Regionais do Norte, sublinhou ainda que a mesma região apresentou um \"crescimento acima da média nacional\", no que diz respeito à taxa de crescimento das unidades de alojamento turístico colectivo e à sua capacidade. Isto traduz-se numa variação média anual de 1,9% em Portugal e de 2,4% no Norte relativamente ao crescimento de alojamentos.

O Norte é assim a primeira região do país em número de unidades hoteleiras colectivas, concentrando 30% do total nacional, sendo seguido pelo Centro (23%) e pelo Algarve (14%).

Contudo, quanto à sua capacidade, ocupa a 4.ª posição a nível nacional: neste ponto é decisiva a predominância do turismo rural, de menor dimensão, que assim pretende manter a identidade nortenha cultural e paisagística, cuja imagem de marca é a quinta do Douro.

O turismo da região Norte também se destaca com um crescimento acima da média nacional no universo das dormidas, um dado que ainda não foi suficiente para fazer descolar a região do 5.º lugar, com 12% das dormidas, depois do Algarve (34%), Lisboa (21%) e Região Autónoma da Madeira e Centro (ambas com 13%).

Turistas portugueses e espanhóis são os que mais visitam os quatro destinos nortenhos - Porto, Minho, Douro e Trás-os-Montes -, sendo que é no Porto e na região minhota onde se encontram mais estabelecimentos hoteleiros, com maior capacidade de alojamento e maior número de dormidas. Esta é uma das conclusões fortes do relatório: a confirmação destas duas regiões como os destinos com maior taxa de crescimento do Norte, tanto na procura, como na oferta.

Note-se que o investimento privado no turismo do Norte concentra-se nestes dois destinos e, unicamente dependente do projecto Aquanatur, também em Trás-os-Montes. Por seu turno, o Douro regista maior investimento público, sobretudo na área de qualificação urbana.

Não perdendo de vista a influência negativa da crise internacional no sector, o futuro do turismo na região Norte é optimista. \"Atingir o 3.º lugar no âmbito das dormidas em 2015\" é uma das metas traçadas, declarou o vice-presidente da CCDR-N, Paulo Gomes, que ainda apontou o \"crescimento em capacidade de alojamento\", a \"aposta na promoção\", a \"reivindicação de verbas crescentes\" e a integração do \"Norte numa rede de informação partilhada\" sobre os seus quatro destinos são outros dos objectivos a cumprir.



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