Os solos que são a base da produção vitícola da Região Demarcada do Douro foram hoje escolhidos como o “Solo do Ano” 2024, uma iniciativa que divulga a diversidade deste recurso e fomenta o seu conhecimento.

O anúncio foi feito no Dia Mundial do Solo, que se celebra hoje, pela Sociedade Portuguesa da Ciência do Solo (SPCS).

A SPCS destacou que os solos da Região Demarcada do Douro foram os escolhidos para a primeira edição da iniciativa “O Solo do Ano” em Portugal.

Esta organização disse, em comunicado, que os solos do Douro “sustêm a paisagem do vale do Douro e uma atividade económica que moldou a vida do homem muito para além deste território”.

Esta é a mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo (1756), estendendo-se por 250 mil hectares, dos quais 24 mil são Património Mundial da UNESCO desde 2014, uma distinção que se assinala a 14 de dezembro.

“Estes solos são a base da produção vitícola e da qualidade dos vinhos e a sua gestão sustentável constitui um desafio permanente da viticultura duriense”, salientou ainda a organização.

E, para o painel de peritos que escolheu o Douro, a relação entre paisagem e o homem “é ainda mais admirável, considerando a natureza dos solos da região, dominados por leptossolos, ou seja solos muito delgados e pedregosos, geralmente em vertentes muito declivosas e longas”.

“Destacam-se ainda os antrossolos, solos profundamente transformados pelo homem que, pela sua extensão e intrínseca ligação à cultura da vinha, são de particular interesse no que se refere à evolução das técnicas de preparação e de armação do terreno”, acrescentou.

A SPCS disse que, ao longo de 2024, irá promover a divulgação e conhecimento sobre os solos da Região Demarcada do Douro e explicou que a iniciativa “Solo do Ano” pretende “divulgar a diversidade e importância dos solos portugueses, bem como fomentar o seu conhecimento”.

A Sociedade frisou que o solo “é um recurso vital para a sociedade”, porque “95% dos alimentos provêm do solo, o solo armazena três vezes mais carbono do que a atmosfera” e porque “solos saudáveis regulam o ciclo da água, filtrando-a e armazenando-a, assegurando reservas de água potável e evitando cheias”.

Justificou ainda que “solos saudáveis são guardiões de biodiversidade e constituem a base dos ecossistemas terrestres, de paisagens e ambientes culturais muito diversos”.

Para esta entidade, “o conhecimento dos solos de um território é essencial e fundamental para a identificação das suas potencialidades, limitações, riscos e ameaças a que está sujeito o recurso solo nas condições atuais ou perspetivadas de uso da terra”.

Cinco de dezembro foi instituído como Dia Mundial do Solo em 2014, pelas Nações Unidas, como forma de divulgar a importância de um solo saudável e de defender a sua gestão sustentável.

A SPCS, que celebra 50 anos em 2023, é uma associação constituída por indivíduos e entidades interessados no estudo, utilização e proteção do solo.

Esta Sociedade tem como missão promover a colaboração de todos os que estudam, utilizam e defendem o património do solo e difundir o conhecimento da ciência do solo em Portugal.

Foto: Antonio Pereira



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