A região de Bragança perdeu uma das suas referências culturais com a morte do cónego Belarmino Afonso, condecorado em 2002 pelo presidente da República pelos serviços prestados à região, divulgou ontem fonte diocesana.
O cónego Belarmino Afonso faleceu anteontem, ao 74 anos, vítima de doença prolongada e foi ontem a enterrar na sua terra Natal, a aldeia de Castro Vicente, no concelho de Mogadouro.
O presidente da República condecorou-o com a comenda da Ordem do Infante por relevantes serviços prestados na área da cultura. Jorge Sampaio aproveitou uma deslocação ao Nordeste Transmontano, em Setembro de 2002, para atribuir esta condecoração, cuja cerimónia teve lugar no Arquivo Distrital de Bragança, dirigido por Belarmino Afonso durante 16 anos.
Padre, professor, historiador, etnólogo e antropólogo, o condecorado destacou-se pelo conhecimento que tinha da cultura transmontana, resultado de décadas de estudos, sobretudo de vultos ilustres regionais, nomeadamente o abade de Baçal.
O cónego Belarmino Afonso foi também dinamizador das tradições locais, promovendo a criação do grupo etnográfico de Babe, a aldeia do concelho de Bragança onde foi pároco, exposições e encontros sobre o tema. Muitos dos seus estudos foram divulgados na revista cultural \\"Brigantia\\", que dirigiu desde 1981. Colaborou também com várias publicações e dirigiu o jornal da Diocese de Bragança-Miranda \\"O Mensageiro de Bragança\\", entre 1979/80.
A Assembleia e a Câmara municipais de Bragança homenagearam o seu trabalho, em 2002, com a edição do livro \\"In Honorem Belarmino Afonso\\" sobre a sua vida.