O economista Daniel Bessa, autor do Programa de Recuperação das Áreas e Sectores Deprimidos (PRASD), rejeitou hoje a incorporação de Viana do Castelo e do Algarve no mapa das intervenções prioritárias conforme pretendido por autoridades locais.

Estas regiões ficaram "de fora" do mapa das regiões de intervenção prioritária traçado recentemente por Bessa, que elegeu Trás-os-Montes e Alto Douro, Cávado/Ave, Tâmega, Beira Interior, Pinhais Interiores e Alentejo como as que apresentam mais problemas de desenvolvimento e exigem, por isso, uma "discriminação positiva".

Este mapa, apresentado recentemente, mereceu a contestação de responsáveis do distrito de Viana do Castelo e da região do Algarve, que entenderam necessitar também de medidas de dinamização específicas.

Para o autor do programa, que falava no Porto à margem de uma conferência sobre a indústria portuguesa, não faz "sentido" incluir estas duas regiões no mapa do Portugal deprimido, embora por motivos diferentes.

"Em relação ao Algarve penso que não faz sentido porque é uma das regiões do país em maior crescimento e com níveis de vida mais elevados", explicou Daniel Bessa.

Embora admitindo que existem, de facto, quatro concelhos serranos algarvios numa "situação difícil", sustenta que "isso não torna o Algarve uma região deprimida, nem nada que se pareça".

Quanto ao distrito de Viana Castelo, o economista admite que apresenta indicadores "que não são os melhores" e rendimentos per capita "relativamente baixos".

Justifica, contudo, a sua não inclusão no mapa com o facto da região estar a "progredir muito rapidamente" e apresentar "condições para desenvolver mais.

"Quarenta por cento da população está na indústria, que é muito diversificada e tem uma produtividade igual à média nacional", destacou.

Segundo referiu Bessa, foi a valorização de factores como este que levou a que o distrito não fosse considerado problemático.

O economista recorda, contudo, que se trata de uma região que até há pouco tempo "necessitou de cuidados", pelo que "as pessoas trabalham ainda muito nessa base e talvez não estejam tão confiantes sobre as possibilidades do distrito se desenvolver".

"Há aí uma diferença de apreciação. Não escondo que estou mais optimista sobre o distrito do que a generalidade dos autarcas, que terão feito sentir que não era ainda a hora de serem entregues a si próprios", disse.



PARTILHAR:

Alfredo Palas empresário da noite

Poesia de Portugal