A Câmara do Peso da Régua vai criar um centro de vacinação contra a covid-19 numa sala anexa ao pavilhão multiúsos para evitar a deslocação dos utentes a Vila Real, disse hoje o presidente da autarquia.
José Manuel Gonçalves afirmou à agência Lusa que a proposta de instalação do centro de vacinação “já foi aceite” pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Marão – Douro Norte e deverá estar em funcionamento nos próximos dias.
Os objetivos são, salientou, “evitar a deslocação das pessoas para a vacinação contra a covid-19”, sobretudo dos que têm idade igual ou superior a 80 anos, e “ampliar a capacidade de resposta do ACES Marão e Douro Norte”.
Atualmente, o ACES tem instalado um centro de vacinação do Regia Douro Parque – Parque de Ciência e Tecnologia, em Vila Real, onde começaram a ser ministradas as vacinas, na quinta-feira, aos doentes com mais de 50 anos com patologias crónicas e aos maiores de 80 anos que não estejam institucionalizados.
As previsões iniciais apontavam para a vacinação de um total de 12.890 pessoas dos municípios de Alijó, Mesão Frio, Murça, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião e Vila Real, nas próximas oito semanas.
José Manuel Gonçalves referiu que, nesta fase, foram atribuídas “33 vacinas” ao Peso da Régua, num total de cerca de 2.000 pessoas com mais de 80 anos e doenças crónicos, esperando que o processo de vacinação já decorra no espaço criado na sala anexa ao pavilhão multiúsos, no centro da cidade, que estará “preparado com todos os recursos informáticos e operacionais necessários” e tem “estacionamento fácil”.
Ao ACES caberá alocar a equipa técnica e clínica.
“Temos a disponibilidade de trazer para cá, se isso for do interesse de ambas as partes, também os utentes de Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião”, salientou o autarca.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo município, o Peso da Régua tem 57 casos ativos de infeção pelo novo coronavírus, verificando-se uma descida significativa nos últimos dias.
Desde março, o concelho contabiliza 1.189 casos positivos e oito óbitos associados à covid-19.
José Manuel Gonçalves realçou o contributo das duas equipas que estão no terreno desde meados de janeiro e que juntam elementos da autarquia, bombeiros, GNR, Segurança Social e ACES.
O “excesso de burocracia” atrasou a intervenção destas equipas multidisciplinares mas, segundo o presidente, “com cerca de 15 dias de trabalho já se começa a notar uma reação positiva na quebra de casos”, a qual estima que “vá continuar nos próximos dias”.
O objetivo é, explicou, intervir de imediato junto dos casos positivos, identificando as necessidades quer seja a nível de alimentação, medicação ou de espaço para a realização do confinamento e, assim, ajudar a “cortar as cadeias de contágio”.
Todos os dias é feita a “radiografia de todos os casos” e a intervenção, segundo o autarca, é “feita de acordo com as necessidades de cada pessoa”.
PLI // ACG Lusa