O presidente da Câmara do Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, disse que uma amostra de técnicos das Instituições de Solidariedade Social (IPSS) do concelho começa hoje a fazer o rastreio à covid-19 como medida preventiva.

Os testes ao novo coronavírus que provoca a Covid-19 vão ser feitos no centro instalado no Hospital D. Luiz I, que funciona a partir de hoje em articulação com um laboratório de análises clínicas privado.

José Manuel Gonçalves explicou à agência Lusa que vai ser selecionada uma amostra dos funcionários das IPSS que estão ao serviço, já que estas instituições estão a funcionar com duas equipas em sistema de rotatividade de 15 em 15 dias.

Em causa estão trabalhadores dos dois lares do concelho, a unidade de cuidados continuados e o lar de infância e juventude.

O autarca apontou que, nos últimos dias, “tem-se percebido que um dos principais focos de infeção está nos lares e, por isso, esta ação preventiva que incide, numa primeira fase, numa amostra dos funcionários, começando por aqueles que estão em contacto mais direto com os idosos”.

José Manuel Gonçalves adiantou que a capacidade do centro de rastreio, nesta fase inicial e por imposição da Direção-Geral da Saúde (DGS), é de 30 testes diários.

“Depois, o centro começará a abrir a outras áreas e a outros concelhos. Será um centro da comunidade”, frisou.

O autarca explicou que, enquanto se aguarda pela “convenção com o Serviço Nacional de Saúde”, será o município a pagar os testes.

Segundo o município, o “centro de rastreio permitirá a realização de testes diários, com a possibilidade de a capacidade inicial ser reforçada em função da evolução do contágio em Portugal e, muito particularmente, no território”.

O provedor da Misericórdia do Peso da Régua, Manuel Mesquita, disse à agência Lusa que a Misericórdia implementou um plano de contingência que passa pelo isolamento dos utentes do exterior enquanto a situação de pandemia se mantiver.

Frisou que, como medida preventiva, os funcionários começam hoje a fazer o teste covid-19.

A Santa Casa acolhe cerca de 70 idosos e os funcionários estão organizados por equipas.

“Desde o início fazem o controle da febre duas vezes por dia, fazem o registo de quem contactaram. Tudo isso é feito para estarmos preparados para qualquer situação imponderável”, referiu o provedor.

Num momento em que foram confirmadas situações em lares com covid-19, a Câmara do Peso da Régua fez questão de assegurar que nas IPSS do concelho, que possuem esta valência, “estão a ser cumpridas as diretrizes da DGS”.

“Em caso de contágio e de dificuldade em assegurar a prestação de cuidados aos idosos, será possível, através do serviço de Proteção Civil Municipal, reforçar as equipas. Para isso, foi constituída uma equipa de reserva, que avançará em caso de necessidade”, referiu a autarquia.

O município informou que assumiu também, desde terça-feira, o transporte dos funcionários de Peso da Régua para o Hospital São Pedro, de Vila Real, onde prestam serviço.

“Esta decisão resultou da necessidade de apoio à intensificação da capacidade de resposta por parte do Hospital de São Pedro, numa altura em que todos somos poucos, para fazer frente a este inimigo público sem rosto, que exige, sobretudo, dos profissionais de saúde uma capacidade de resposta premente”, sustentou.

Desta forma, acrescentou, “os recursos do Hospital de São Pedro, até agora afetos a este serviço, poderão ser encaminhados para dar resposta a pedidos urgentes.

A Câmara do Peso da Régua entende que “esta é uma forma de apoiar o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) que, mais do que nunca, precisa de trabalhar no expoente máximo”.

Em Portugal, há 33 mortes, mais 10 do que na véspera, e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito terça-feira pela Direção-Geral da Saúde, que regista 302 novos casos em relação a segunda-feira (mais 14,7%).



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