A Associação Comercial e a Câmara do Peso da Régua estão a preparar um guia de boas práticas personalizado a cada setor de atividade para restabelecer a confiança dos consumidores na fase de reabertura de serviços neste território.

O presidente da Associação Comercial e Industrial dos concelhos do Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio (ACIR), Francisco Ferreira, considerou que a “falta de confiança dos consumidores” vai ser o “principal problema” a enfrentar na fase de reabertura gradual das atividades.

Nesse sentido, a ACIR e a Câmara do Peso da Régua estão a preparar um “guia de boas práticas” que será dividido por quatro setores de atividade: comércio a retalho não alimentar, comércio a retalho alimentar, restauração e bebidas e a prestação de serviços.

São medidas complementares às que serão impostas pelo Governo, “adaptadas à realidade de cada loja” e que visam restabelecer a confiança dos clientes e ajudar a enfrentar o medo da covid-19.

O responsável acrescentou que este guia prático poderá ser afixado nas lojas comerciais, de "forma a contribuir para que as pessoas regressem às ruas, ao comércio, mas com confiança”.

A Câmara de Peso da Régua está a ordenar o espaço público, colocando nas entradas das áreas comerciais zonas de espera para o cumprimento das distâncias e limites de segurança, ao mesmo tempo que lançou a iniciativa “Passeio + Seguro”, que visa incentivar os peões a circularem sempre pela esquerda das vias evitando, assim, cruzamentos entre pessoas.

Segundo Francisco Ferreira, dentro das lojas onde seja possível, pretende-se também introduzir “modelos de circulação”. “Um protocolo que será transversal é a higienização logo à entrada, com a lavagem das mãos, e o controlo de entradas, dependendo da dimensão do espaço comercial”, afirmou à agência Lusa.

Neste território do Douro onde os principais setores de atividade são o turismo e a produção de vinho, o responsável defendeu que o setor da restauração “tem que abrir já”.

“É um setor que está numa crise muito grande e que emprega muita gente”, salientou.

Aguardam-se as medidas que o legislador vai determinar mas, na sua opinião, poderia ser aplicado nos restaurantes um “modelo tipo escola”, em que os clientes, para além da cumprirem uma distância de segurança, também estariam todos sentados de frente.

Há outros setores “mais sensíveis” onde o serviço é prestado através do contacto físico como o caso dos dentistas, das estética sou cabeleireiros.

“Vamos ter que esperar para ver o que é que o Governo define relativamente a estes setores”, referiu.

O primeiro-ministro já disse que os setores da economia que vão retomar a atividade no dia 04 de maio e nas quinzenas seguintes só serão definidos no Conselho de Ministros de quinta-feira.

De acordo com António Costa, “as normas de libertação de confinamento entrarão em vigor de 15 em 15 dias, as primeiras em 04 de maio, as segundas em 18 de maio e outras a 01 de junho”, embora não abranjam ainda todos os setores de atividade.

Francisco Ferreira acredita que, neste território, a maior parte dos empresários está preparada para reabrir as portas.

A ACIR representa entre cerca de 700 a 800 empresas nos três concelhos durienses, das quais cerca de 300 fecharam nesta altura de pandemia.

“Creio que a partir de segunda-feira temos as condições para fazer uma reabertura gradual do comércio. Acho que há uma preparação para isso. Foi muito tempo em que as pessoas estiveram confinadas e aproveitaram esse tempo para se informarem e saberem como resolver a sua vida”, referiu.

Para mais tarde, a ACIR e o município da Régua estão também a delinear um plano de promoção e de revitalização económica da região.

“Estamos a pensar na questão de um selo de garantia para Peso da Régua. A nossa visão é transformar uma fraqueza, que é o facto de estarmos numa terra mais isolada, do interior, e transformá-la numa potencialidade”, afirmou.

Ou seja, o objetivo é “criar confiança” para que, no verão, os visitantes optem por umas férias no território.



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