2200 automobilistas foram apanhados pelos aparelhos de telemetria a velocidades superiores ao dobro do permitido naquele itinerário, que é de 90 Km/hora. Nem na A1 os condutores aceleram tanto como em Trás-os-Montes.

Os infractores não foram identificados em radares da Brigada de Trânsito, mas através do sistema de medição da Estradas de Portugal (EP) e os dados demonstram que se circula mais depressa na região transmontana do que na principal auto-estrada do país, entre Lisboa e Porto, o que deixou os responsáveis locais à beira da estupefacção.

O governador civil de Bragança, Jorge Gomes já disse que «este tipo de situação não vai ser tolerada. O assunto será discutido na próxima reunião do Conselho Distrital de Segurança Rodoviária e uma das medidas que pretendemos tomar é redireccionar os radares da Brigada de Trânsito para as zonas onde ocorrem mais infracções, sem descurar as restantes».

Luís Bastos, presidente da Associação de Utilizadores do IP4 (AUIP4) considera que «tal como a associação alertou desde sempre, no IP4 justifica-se a colocação de radares fixos, visíveis e sinalizados, tanto mais que a via não tem separador central. Um despiste de uma destas viaturas pode ter consequências gravíssimas para os outros utilizadores da via». O presidente da AUIP4 refere, ainda, que «é importante que se perceba se estas velocidades estão relacionadas com as carrinhas de transporte de trabalhadores de e para Espanha, sendo certo que se em vez de aparelhos de telemetria lá fossem colocados radares, a eficácia seria maior em termos de prevenção, reitera».

Também o governador civil de Vila Real está «preocupado com estes dados». António Martinho lamenta, «no entanto, não ter sido dado conhecimento dos mesmos ao Conselho Distrital de Segurança Rodoviária», e garantiu que vai «pedir explicações por escrito, à empresa Estradas de Portugal. Embora a situação seja, ao que parece, mais grave em Bragança, pelos vistos também há muitos casos no distrito de Vila Real, pelo que nós devíamos ter tido conhecimento«, reafirma.

Desde Janeiro deste ano, 2.200 condutores circularam a mais de 180 km/hora no IP4. Desses, 538 ultrapassaram mesmo os 200, sendo que mais de metade fizeram-no nos cerca de 20 quilómetros que ligam Bragança à fronteira espanhola, em Quintanilha, o troço mais recente e também o que está em melhores condições de circulação. Os mesmos dados oficiais, publicados na Internet pela EP, garantem que só em Julho, e até ao momento, passaram naquela zona 123 automóveis a mais de 200 km/hora.



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