Russos a "render-se" ao paladar desta carne produzida e embalada no Nordeste Transmontano. Volume de negócios este ano deve chegar aos três milhões de euros.
A Cooperativa Agro-pecuária Mirandesa (CAM) iniciou a exportação de carne de bovino de raça mirandesa para a Rússia, país que começa a dar "nota positiva" a esta raça autóctone do Nordeste Transmontano.
"Estamos a exportar para a Rússia através de uma plataforma comercial existente no Luxemburgo e o retorno tem-se revelado muito promissor", disse esta quinta-feira à Lusa o administrador da CAM, Nuno Paulo.
Segundo o responsável, os russos estão mesmo a "render-se" ao paladar desta carne produzida e embalada na região nordestina.
No entanto, países como Angola ou o Dubai fazem já parte da lista de clientes da carne mirandesa. No mercado europeu, a CAM já exporta de forma regular carne para países como a França, Suíça, Luxemburgo e Andorra.
Face a esta política de "expansão" adoptada pela CAM, através da sua unidade transformadora situada em Vimioso, o volume de negócios para 2013 vai crescer cerca de 12%, o que se traduzirá numa facturação que rondará os três milhões de euros.
Em 2013 foram comercializadas mais de 300 toneladas de carne em carcaça em Portugal e no estrangeiro.
O mercado francês já representa cerca de 8% das vendas de carne mirandesa da cooperativa, que actualmente comercializa mais de 2.500 carcaças por ano.
Por isso, a CAM está a incrementar uma estratégia de promoção junto de outros mercados, de forma a incentivar o consumo.
Os dirigentes da cooperativa estão cientes de que há outros mercados com potencial, embora reconheçam a necessidade de se ter "algumas cautelas" com os negócios.
"Não estamos a vender mais carne para o estrangeiro porque as garantias de pagamento apresentadas por alguns países não são fiáveis ", acrescentou o técnico.
O Solar da Raça Mirandesa, que engloba os concelhos nordestinos de Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vinhais, dispõe de um efectivo pecuário de cerca de 4.000 vacas. Espalhados por todo o país estão mais de 5.100 animais de raça bovina mirandesa, uma espécie autóctone protegida por denominação comunitária e que já esteve ameaçada de extinção.
Para satisfazer as necessidades do mercado externo será preciso aumentar o efectivo de animais e, para o efeito, é "importante incentivar os produtores a criarem mais animais", já que trata de uma raça "com potencial de mercado".