Os agricultores transmontanos consideraram hoje que a reunião com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, foi “bastante produtiva”, recebendo a garantia de que o pagamento de 60% das medidas agroambientais será feito antes do final do mês.

Depois de aceitarem desmobilizar o protesto desta manhã que cortou a Autoestrada 4 (A4) nos dois sentidos, entre os nós de Lamas e Amendoeira, em Macedo de Cavaleiros, após garantida reunião com a tutela, membros da organização deslocaram-se ao edifício da Câmara Municipal do concelho, onde tiveram um primeiro contacto com Maria do Céu Antunes, via videoconferência.

Ao final de quase duas horas, Armindo Lopes, um dos porta-vozes dos agricultores referiu aos jornalistas que na reunião marcou também presença Rui Martinho, presidente do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAC).

“Tivemos a garantia da senhora ministra que entre o dia 20 e 24 de fevereiro serão pagas 60% das [medidas] agroambientais”, revelou Armindo Lopes, salientando que há apoios, pendentes de aprovação da União Europeia, que podem atrasar “entre dois a três meses”.

Quanto às ajudas atribuídas habitualmente em junho, referiu que vão manter-se com pagamentos até ao dia 25 daquele mês.

A ministra disse ainda aos agricultores que todas as medidas anunciadas na semana passada por ela e pelo ministro das Finanças foram aprovadas hoje em Conselho de Ministros, acrescentou.

Os agricultores reivindicam ainda medidas específicas para a região, designadamente questões como o regadio ou a permanência da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte em Mirandela, que desde o início do ano passou a pertencer à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.

O porta-voz referiu que está marcada nova reunião com Maria do Céu Antunes para segunda-feira, no mesmo local, mas desta vez presencial, na qual “a questão do regadio vai ser mais trabalhada”.

“Das delegações regionais, a indicação que tivemos é que o Governo de gestão não tem funções neste momento para isso, terá que ser com o novo Governo”, concluiu Armindo Lopes.

Esta manhã, estiveram concentrados cerca de 300 agricultores de Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Alfândega da Fé, Vimioso, Bragança, Vinhais, Mogadouro e Valpaços em vários pontos de protesto no distrito de Bragança.

A A4 esteve cortada, entre os nós de Lamas e Amendoeira, no concelho de Macedo de Cavaleiros, nos dois sentidos, tendo sido derrubada uma rede de vedação, bem como o Itinerário Principal (IP) 2.

Já a Estrada Nacional (EN) 15 esteve condicionada junto ao nó de acesso, devido à presença de máquinas agrícolas.

Cerca das 10:30, depois do anúncio da marcação das reuniões com a ministra, a organização apelou à desmobilização “ordeira” do protesto.

O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de 'luz verde' de Bruxelas.

A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.



PARTILHAR:

Sevenair admite encerrar linha aérea Bragança-Portimão em 28 de fevereiro

Estudo defende cadeias curtas de distribuição e 'simplex' agrário na região Norte