A associação transfronteiriça Eixo Atlântico informou que os espanhóis estão disponíveis para avançar com um estudo prévio da estrada Bragança/Puebla de Sanábria, uma reivindicação com mais de 20 anos que tem esbarrado em impactos ambientais.

O secretário-geral, Xoán Mao, avançou à Lusa que “o Conselheiro de Fomento e Meio Ambiente de Castela e Leão, Juan Carlos Suárez-Quiñones y Fernández, propôs a assinatura de um memorando com a Câmara de Bragança para fazer um estudo informativo prévio da obra”.

A proposta foi feita numa reunião em que estiveram também presentes o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, e o presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Laranjo e cujos resultados foram hoje divulgados pelo Eixo Atlântico.

Segundo o secretário-geral, em Espanha o estudo informativo prévio é o primeiro passo legal necessário para a obra e, do lado português, aguarda-se agora por uma resposta do município, “dependente de uma análise da proposta de acordo por parte dos serviços jurídicos da Câmara de Bragança”.

A Lusa pediu uma reação ao presidente da Câmara, Hernâni Dias, que não quis pronunciar-se sobre o assunto.

O secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoán Mao, afirmou que Bragança “comprometeu-se a dar resposta em alguns dias à proposta do Conselheiro espanhol”.

De acordo ainda com o responsável, a Infraestruturas de Portugal “manifestou o interesse na melhoria da ligação de Bragança com Sanábria”.

Contactada pela Lusa, fonte da IP indicou que esta entidade não toma decisões políticas sobre investimentos, é apenas executora.

Num comunicado enviado à Lusa, a Associação Eixo Atlântico anunciava inicialmente que estava “desbloqueada” a ligação Bragança-Puebla de Sanábria. O secretário-geral esclareceu, depois, tratar-se de uma proposta para ajudar a desbloquear o processo.

Xoán Mao explicou que o que está em cima da mesa é a proposta de assinatura de um “Memorando entre a administração da Comunidade de Castela e Leão do Reino de Espanha e a Câmara Municipal de Bragança da República Portuguesa para a realização de um Estudo Técnico da Variante de Rihonor de Castela (Espanha)-Rio de Onor (Portugal)”.

A assinatura, acrescentou, terá de ser feita “até ao fim de abril, uma vez que em maio há eleições autárquicas em Espanha e em campanha eleitoral estão proibidos todos os atos como inaugurações de obras e assinaturas de protocolos, considerados eleitoralistas”.

Em maio, seguem-se eleições regionais em Castela e Leão.

A nova ligação transfronteiriça de cerca de 30 quilómetros entre Bragança e Puebla de Sanábria é reclamada há mais de 20 anos e já constou do Plano Rodoviário Nacional português, mas foi afastada depois de sucessivos pareceres negativos ambientais, por atravessar o Parque Natural de Montesinho.

O traçado seria praticamente todo executado do lado português e as entidades dos dois lados da fronteiriça já se manifestaram dispostas a abdicar de uma via com um perfil de maior impacto como uma autoestrada, para melhorar a atual ligação feita de curva contra curva.

A estrada faz parte das propostas da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes para obras no território no âmbito do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030.

Nem esta, nem as principais intervenções reclamadas pela região, constam do PNI e a expectativa dos autarcas portugueses é de que ainda possam ser incluídas em sede de discussão na Assembleia da República.

O Eixo Atlântico defende que “esta ligação, estimada em 20 minutos, terá um forte impacto económico tanto para a província de Zamora (Espanha), como para a região de Trás-os-Montes, tanto no âmbito industrial, como no turismo, impacto que se estima se estenderá também à província de Leão”.

Foto: La Opinión de Zamora

https://www.laopiniondezamora.es/comarcas/2019/03/01/portugal-junta-desb...

 



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