Neste plenário foram debatidos vários problemas que afligem a actividade da pastorícia: a grande taxa de brucelose existente em Trás-os-Montes, a proibição das feiras, ajuntamento e circulação de gados e o atraso no pagamento de subsídios comunitários aos abates.
Nas várias exposições temáticas sobre as doenças que afectam os caprinos e ovinos desta zona do país e no combate a este flagelo, realce para a aplicação da vacina conjuntival (REV-1). Em lugar da tradicional injecção é colocada uma gota num dos olhos do animal a vacinar. Um processo que, segundo a DRTAM, é inédito em Portugal. A tatuagem e a identificação auricular foram processos citados igualmente, para ajudar a combater o surto de brucelose.
António Graça, director da DRTAM, disse que, só no ano passado, foram abatidos 25 mil animais com brucelose, uma situação que, no seu entender, "é muito preocupante e que obriga ao redobrar de esforços, no sentido de usar novas metodologias e técnicas, além de uma actuação mais concertada no terreno".
Preços de abate
E foram muitas as questões levantadas pelos pastores. "Tenho três filhos para criar e devo quatro mil contos ao banco. Por causa da doença, o Estado já me levou várias centenas de ovelhas. Só de uma vez, e isto há três anos, foram abatidas 126, que as paguei a 24500 escudos e só recebi um subsídio de cinco contos de cada um. Isto não pode continuar assim", afirmou Júlio Costa.
Nesta assembleia foi aprovada igualmente uma proposta de alteração aos estatutos da associação e o relatório de actividades e contas do ano passado. Por fim, mereceu consenso, o envio de uma carta aberta dos pastores transmontanos e durienses aos poderes regionais, nacionais e comunitário. O documento fala da alteração radical de todo o sistema de sanidade animal, com vista à erradicação das várias epidemias; do pagamento atempado pelo justo valor dos animais retirados para abate; a uma melhor fiscalização, encerramento imediato de todas as fronteiras e circulação de gado; e o acesso rápido às indemnizações compensatórias.