O presidente da Câmara de Montalegre afirmou ontem que só colocará a distribuidora eléctrica EDP em Tribunal depois do próximo Governo se pronunciar sobre a revisão da lei de compensações atribuídas pela empresa aos municípios onde construiu barragens.

Durante uma visita do Presidente da República, Jorge Sampaio, ao concelho, em Outubro, Fernando Rodrigues deixou um ultimato ao Governo e frisou que, se até ao final do ano não houvesse nenhuma resposta positiva por parte da Administração Central, iria avançar com um processo judicial.

O autarca explicou que a Câmara reivindica há cerca de dez anos uma revisão das compensações financeiras das barragens instaladas no concelho para produção de energia eléctrica. \"Já temos uma acção preparada contra o enriquecimento indevido da EDP\", afirmou na altura o socialista Fernando Rodrigues. No entanto, devido à realização de eleições legislativas antecipadas a 20 de Fevereiro, o responsável referiu à Lusa que a autarquia vai esperar por uma resposta do novo governo relativamente à lei das compensações atribuídas pela EDP.

Com as cinco barragens que possui no concelho de Montalegre, a EDP factura cerca de 100 milhões de euros por ano, ocupando 65 quilómetros quadrados dos \"melhores vales agrícolas\" da região, de acordo com o autarca.

\"Por esta ocupação, a EDP entrega anualmente nos cofres do município 65 mil euros, uma verba insignificante comparada com a rentabilidade de que usufrui\", afirmou o autarca.

Disse ainda que a empresa \"nem sequer paga impostos em Montalegre\", pelo que o concelho \"continua pobre e sem emprego\".



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