A subida do caudal do Douro está a afetar o turismo fluvial e a obrigar à paragem dos barcos que cruzam este rio, disse à agência Lusa um operador turístico. No entanto, os níveis do caudal do rio Douro deverão «normalizar» nas próximas 48 a 72 horas, mas as autoridades mantêm-se «atentas» devido à previsão de mais chuva e aos débitos ainda acima do normal das barragens.

José Silva tem um negócio de aluguer de embarcações instalado na Folgosa e no Pinhão. Por estes dias o empresário está parado e de olhos fixos no rio.

«Como navegador do Douro e conhecendo um pouco o rio, acho que é um risco meter turistas dentro do barco, o que ainda ia prejudicar mais o nosso turismo», afirmou José Silva, citado pela Lusa.

O caudal Douro subiu cerca de três metros acima do leito normal, tendo atingido o cais fluvial da Régua na sexta-feira, bem como os dois estabelecimentos comerciais ali instalados.

Durante a manhã de hoje, José Silva foi ver como estavam os seus barcos na Folgosa e depois foi até à Régua, juntando-se a muitos outros curiosos, para observar a movimentação do rio.

«Com todo o lixo e tudo o que vem pelo rio abaixo, por mais bem preparados que estejam os barcos, é um risco muito grande», salientou.

O empresário referiu que esperava, por esta altura, já estar a operar no Douro, mas sublinhou que, este ano, o tempo trocou às voltas aos empresários.

«Era para estar a trabalhar desde o dia 15 de março, que é quando reabre praticamente o turismo», salientou.

Este é, para José Silva, mais um problema a juntar a tantos outros que os empresários do Douro têm que enfrentar, nomeadamente a subida dos impostos e a quebras no número de turistas, que disse que sentiu no ano passado.

«Com isto assim, não sei, não sei até que ponto é que vamos aguentar. Não sei até onde é que nós vamos», frisou.

O caudal do rio Douro começou a subir com mais intensidade durante a tarde de sexta-feira, tendo inundado o bar e o posto de venda de produtos regionais instalados no cais da Régua, edifícios que, três dias depois, permanecem dentro de água.

Nuno Almeida, proprietário de uma loja de vinhos localizada na principal avenida da Régua, a João Franco, tem sido um dos muitos observadores atentos do rio Douro.

«A situação tem estado um pouco baralhada. O rio sobre e desce. Sexta-feira foi o dia que teve mais alto, mas depois rapidamente desceu», referiu.

Hoje o caudal do rio mantém acima do cais fluvial, uma situação que a ser permanentemente vigiada pela Proteção Civil.

Foi em 2008 a última vez que Douro subiu até à [avenida] João Franco. Para atingir esta avenida o caudal do rio tem subir à volta de 12 metros.



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