O rio Tâmega em Chaves, que galgou as margens na quinta-feira, já desceu 15 centímetros desde as 19:00 hoje, quando atingiu o limite máximo de 3,30 metros acima do normal, adiantou à Lusa fonte da Proteção Civil.
“O rio começou a descer a partir das 19:00 e por volta das 22:30 já tinha descido 15 centímetros. Esta situação vai manter-se durante a noite e esperamos que amanhã já tenha baixado pelo menos um metro”, explicou o comandante da Proteção Civil municipal, Sílvio Sevivas.
Desde quinta-feira à tarde que o rio galgou as margens daquela cidade do distrito de Vila Real, causando inundações em habitações e estabelecimentos comerciais, obrigando ao realojamento de duas pessoas.
Às 19:00 de hoje, o rio chegou a atingir 3,30 metros acima da cota normal.
Segundo Sílvio Sevivas, perante a possibilidade do agravamento do estado do tempo no sábado a situação será reavaliada durante a manhã.
“Se voltar o mau tempo, iremos perceber se há risco de o rio voltar a subir”, realçou.
O responsável pela Proteção Civil municipal explicou ainda que um carro ficou submerso na Avenida Dom Afonso III, por um condutor que tentou seguir na via condicionada ao trânsito, o que obrigou a chamar um reboque para retirar a viatura, mas não causou qualquer ferido.
Além da zona ribeirinha afetada, como é habitual, também locais mais afastados do rio, mas situados na Veiga de Chaves, sentiram o efeito da subida do Tâmega, obrigando mesmo a encerrar comércios.
O trânsito está condicionado desde quinta-feira à tarde na envolvente do rio por motivos de segurança e em outras artérias da cidade afetadas.
A subida do rio Tâmega causou a inundação da Veiga de Chaves, que ocupa uma área de 2.500 hectares e que tem cerca de 8,5 quilómetros de comprimento e três de largura, deixando algumas habitações circundadas por água.
A passagem da depressão Elsa provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e hoje cerca de 8.500 ocorrências no continente português, na sua maioria inundações e quedas de árvore, envolvendo cerca de 25 mil operacionais.
O mau tempo provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
No balanço das 20:00 de hoje, a Proteção Civil indicou que, apesar do “ligeiro desagravamento das condições meteorológicas” durante o dia, a situação no rio Douro, na Régua, Porto e Gaia, “é preocupante”.
Três distritos (Beja, Faro e Setúbal) mantêm-se com aviso laranja (o segundo mais grave) até às 06:00 de sábado, devido a agitação marítima, enquanto 11 distritos estão sob aviso amarelo por causa de precipitação e/ou agitação marítima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
Os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo. Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar entre as 21:00 de sábado e as 12:00 de domingo em aviso vermelho, devido à agitação marítima.
Foto: Bruno Pereira