A barragem dos Pisões está a «nadar» em trutas. Com o vento, as redes dos viveiros ali existes romperam e milhares de trutas saíram para a albufeira. Os donos da exploração falam num prejuízo de 500 mil euros.
Em contrapartida, e, por via indirecta, o Estado está a tirar dividendos da situação. Desde sexta-feira, o Núcleo de Protecção Ambiental da GNR de Chaves já deteve no local 13 pessoas por pesca ilegal, uma vez que esta é a época de defeso da espécie.
No entanto, os pescadores não terão resistido à tentação de ir pescar para o local, onde a olho nu, se viam saltar as trutas, que, habituadas a vir a cima para ser alimentadas, se tornam presas fáceis.
Agora, incorreram em multas de centenas de euros. Aliás, a própria empresa, a Quinta do Salmão, com sede na Póvoa do Varzim, está impedida de capturar as suas próprias trutas, uma vez que estaria também a incorrer no mesmo crime, punido com multa.
Segundo o responsável técnico da exploração, que detém 90 por cento da quota de mercado da truta salmonada no país, a rotura da rede das jaulas onde se encontravam as trutas foi provocada pelo temporal que recentemente assolou o concelho de Montalegre.
«Havia estruturas mais antigas, que já estava previsto substituir, e que, com a violência do temporal, cederam e fizeram com que se deslocassem, rompendo as redes e levando à fuga das espécies», explicou José Calheiros.
Ontem, os funcionários da empresa continuavam a concertar os estragos nas jaulas. «Estamos a trabalhar para pormos a exploração de pé. A altura para nos acontecer isto foi a pior de todas, mas esperamos consegui-lo com um esforço suplementar», adiantou ainda o mesmo responsável.
De acordo com a proprietária da empresa, os prejuízos ascendem aos 500 mil euros. A exploração não está coberta por nenhum seguro.
«Ao contrário do que acontece em Espanha, cá não há seguros para este tipo de actividade. Já tentamos fazer um seguro de responsabilidade civil com outra exploração em Sines, mas não conseguimos», lamentou a empresária.
A exploração de trutas na Barragem dos Pisões funciona há 25 anos e emprega sete pessoas.