Graça Castanho, conselheira para os Assuntos do Ensino do Português para os EUA e Bermuda falou ao PT
"O Ministério da Educação tem estabelecido quatro grandes prioridades" Graça Castanho assumiu as funções de conselheira para os Assuntos do Ensino do Português para os EUA e Bermuda.
Embora fique ligada directamente à embaixada em Washington, fomos encontrá-la no Congresso Luso-Americano de Língua e Cultura Portuguesa em
Lexington, no passado sábado.
A sua acção será junto das escolas portuguesas através dos EUA que prometeu visitar já esta semana RI e Mass.
"Venho com uma nomeação conjunta do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Educação. Por sua vez, o Ministério da Educação tem estabelecido quatro grandes prioridades. A primeira será fazer o diagnóstico da situação do ensino do português quer nas escolas comunitárias, quer nas escolas integradas no sistema escolar norte-americano.
A segunda prioridade, para além deste diagnóstico é fazer a formação dos professores que aqui temos. Não só os das escolares comunitárias porque os serviços de coordenação durante muitos anos só tiveram o seu olhar voltado para o ensino junto das organizações e hoje em dia é preciso alargar esse olhar a todas as manifestações do ensino do português que existam nos EUA. Isto vai entroncar nas outras prioridades. Uma delas é a integração do Português nas escolas americanas, porque sem esta integração quer os alunos quer os professores nunca entram nas estatísticas.
As escolas comunitárias estão arredadas de todo esse processo. Por outro lado, significa que o português nunca entra como uma língua estrangeira de peso no cômputo nacional. A outra prioridade, que é que vem trazer qualidade a todo este processo, são os materiais escolares, que é necessário começar a publicar por na internet para uma prática lectiva com maior qualidade", diz-nos Graça Castanho, para acrescentar:
"Chego agora com um curriculum de mais de 15 anos ligados ao ensino de Português nos EUA. Faço o mestrado há 14 anos com uma tese sobre o ensino de Português nas escolas comunitárias dos EUA. O primeiro estudo publicado em Portugal há 13 anos, onde se dá conta de gravíssimas lacunas ao nível pedagógico do funcionamento dessas escolas e durante todo este tempo tenho sido formadora de professores de Português como língua estrangeira, tenho vindo aos EUA fazer formação de professores.
Estamos conscientes das limitações, dos problemas e do trabalho que temos para fazer. Agora venho munida desse manancial de competências e desse conhecimento prévio que dá para perceber a situação e do que temos para fazer. No decorrer desta próxima semana já há todo um conjunto de contactos calendarizados e que vão ser satisfeitos junto dos cônsules e escolas portuguesas, ao mesmo tempo que vamos estudar com entidades consulares e pessoas interessadas na integração do português nas escolas americanas em áreas de maior concentração da nossa comunidade.
As escolas comunitárias são escolas privadas, funcionando bem terão todo o nosso apoio e se falamos em termos de funcionamento estamos a fazer referência à formação de professores. O Governo português vai fazer um investimento sério na integração do ensino dado ser esta integração que vai garantir a presença efectiva da nossa língua neste país multi-cultural.
Sabemos que são as escolas comunitárias que têm mantido viva a nossa língua durante todos estes anos e como tal merecem todo o nosso respeito e apoio.
Terão sim de ter professores com formação para o ensino", conclui Graça Castanho.