O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse hoje que foram detetados mais 25 idosos e funcionários com covid-19 no Lar de Nossa Senhora das Dores, elevando para 45 o número de infetados nesta instituição.
Depois de 13 utentes e sete funcionários terem dado positivo para covid-19, foram realizados na quarta-feira mais 75 testes aos restantes residentes e colaboradores desta instituição particular de solidariedade social.
O autarca ressalvou que, até agora, são apenas conhecidos 29 dos 75 testes e, desses, 25 deram positivo.
“Estranhamente só passado 25 horas é que obtivemos os primeiros números e os números são assustadores. Em 29 testes, 25 deram positivo. Em 29, 25 pessoas dentro deste lar estão infetadas. Faltam ainda os restantes os testes e se a proporção se mantiver significará que cerca de 60 a 70 pessoas estarão infetadas. Esta é uma situação que se prolonga há alguns dias”, afirmou o autarca.
O primeiro caso foi detetado no domingo e, na quarta-feira, procedeu-se à retirada dos idosos infetados do lar, encontrando-se 11 no hospital militar do Porto e dois no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD).
“Hoje temos esta situação que implica uma ação rápida que permita que estes utentes, sobretudo os utentes, porque são os mais velhos, possam rapidamente ser deslocalizados, irem para o CHTMAD ou uma infraestrutura que o Ministério da Saúde julgue adequada”, salientou Rui Santos.
Quanto aos que não estão infetados, Rui Santos disse que “há já uma solução que é Braga”.
“Mas, sobretudo os que estão infetados têm rapidamente que ser daqui retirados, o lar tem que ser desinfetado para que, o mais cedo possível possa voltar a ser ocupado. É uma situação que me preocupa muito e julgo que, neste momento, os ministérios da Saúde e da Segurança Social têm obrigação de encontrar rapidamente uma solução para dar resposta a esta realidade que tanto temíamos”, afirmou.
O autarca disse que se está à espera do resultados dos restantes testes “para se perceber a dimensão da logística que envolverá a retirada” das pessoas que estão dentro do lar.
“Ontem já era tarde. Parece que neste país só se resolvem as coisas quando nos zangamos, quando nos irritamos, só se resolvem as coisas no limite e eu acho que já estamos no limite e é necessário resolver esta situação, retirando daqui todos os idosos”, sublinhou.
Rui Santos lamentou que “não tenham sido priorizados os testes deste lar, destas pessoas, algumas com 90 anos".
Dentro do lar permanecem 57 residentes, nove funcionários e nove elementos do Exército e da Cruz Vermelha Portuguesa.
Rui Santos considerou que os colaboradores que ali permanecem “estão exaustos e são uns verdadeiros heróis” e frisou que, “obviamente, pela idade e patologias de que padecem os utentes necessitam de apoio especializado”.
Precisamente por causa da cadeia de contacto identificada no Lar da Nossa Senhora das Dores, o município acionou terça-feira o plano de emergência municipal.
A autarquia explicou que esta ativação decorre essencialmente da “necessidade de aprofundar a articulação entre as várias entidades com um papel na pandemia de covid-19 e de centralizar a informação sobre todas as questões relacionadas com o combate”.