O presidente da Câmara de Vila Real afirmou hoje que a reabertura do aeródromo local aos aviões é uma prioridade para o município, no entanto alertou para o “calvário burocrático” que torna o “processo moroso”.

A Câmara de Vila Real anunciou na semana passada o encerramento do aeródromo municipal “por tempo indeterminado” à operação de aviões, depois de ter sido detetado "um perigo de abatimento na pista".

O presidente do município, Rui Santos, afirmou hoje que a reabertura da infraestrutura é uma prioridade e adiantou que têm sido aprofundados os testes e decorrido conversas com o Ministério das Infraestruturas.

“Estamos a preparar o caderno de encargos porque a obra é complexa, morosa, é difícil e temos a perspetiva de que, logo que este processo esteja tratado, possamos lançar um concurso público para resolver aquele problema” afirmou.

Um problema que, acrescentou, “surgiu de forma absolutamente inesperada e que tem a ver com a passagem de uma linha de água, por baixo da pista, que foi danificando o subsolo e foi tornando a pista frágil”.

“Mais uma vez cumprindo o calvário da burocracia deste país, como o caderno de encargos, concurso público, visto do Tribunal de Contas e execução da obra, será sempre um processo moroso”, frisou.

Na sua opinião, este processo nunca demorará “menos de seis meses” e “isto se tudo correr bem”.

Rui Santos já disse que serão necessários entre “350 a 400 mil euros” para a intervenção e hoje referiu que estão a ser estudados mecanismos de financiamento em conjunto com o Estado.

Em consequência do encerramento do aeródromo, Vila Real deixou de ser paragem na carreira aérea que liga Bragança a Portimão (Faro), com passagem ainda em Viseu e Cascais (Lisboa), e os dois aviões médios anfíbios que ali estavam aparcados vão ser reposicionados em Mirandela (Bragança).

Rui Santos adiantou que está a ser estudado, em conjunto com o Ministério da Administração Interna, “o reposicionamento de helicópteros em Vila Real” para que a capacidade de ação “não seja diminuída”.

O encerramento do aeródromo não impediu a permanência em Vila Real do helicóptero ligeiro afeto à Proteção Civil, já que ali continuam a estar autorizadas as operações de aeronaves de asa rotativa.

“Se Bragança recebeu agora dois aviões é legítimo que Vila Real seja reforçado com helicópteros para minimizar alguma descompensação que possa surgir, embora as distâncias sejam muito curtas”, afirmou.

O autarca frisou que o aeródromo é uma “infraestrutura muito importante” para o concelho, referiu que o município aplica cerca de 200 mil euros por ano na sua gestão e manutenção e lembrou o projeto para a construção de um centro de proteção civil, naquela zona, e da sala de acolhimento do transporte aéreo regular, num investimento estimado de dois milhões de euros.

O concurso público para esta obra ficou deserto e, de acordo com Rui Santos, o projeto foi reformulado e estão a ser, neste momento, recolhidos os novos pareceres das entidades envolvidas, como a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e GNR.

“Mas, o processo está praticamente terminado e dentro em breve voltaremos a lançar concurso”, salientou.

Foto: António Pereira



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