Bruno Taveira
Rui Santos faz balanço muito positivo, para o primeiro dia de corridas oficiais no Circuito de Vila Real, mas quanto ao futuro ainda é incerto.
A espera acabou, o circuito de Vila Real já está a decorrer. Milhares de espectadores marcaram presença naquele que é o mítico Circuito Internacional de Vila Real.
O interregno de dois anos, trouxe uma paragem no crescimento no circuito, conforme afirmou o autarca Vila-realense Rui Santos, “quando era a nossa expectativa de dar o salto em 2020, tivemos de parar e isso deixou-nos tristes, mas não esmorecemos a nossa vontade, mas assim que fosse possível regressar. Regressamos em 2022 cheios de força”.
Recorde-se que, em 2014 acontece o regresso do circuito e até 2019 houve uma evolução a nível de provas, “percebemos que cada ano que passava havia mais interesse de pilotos nacionais e internacionais neste “carrossel” extraordinário, é uma prova muito bem organizada e tem uma história desde 1931, já realizamos mais de cinquenta eventos”.
O público não fica esquecido e o autarca refere que para o primeiro dia de provas oficiais, “são milhares e milhares de pessoas que circulam nestes 4,7km de um lado e do outro, acreditamos que nos três dias possamos chegar às cerca de 200 mil pessoas”, afirma.
Depois de dois anos de paragem o Circuito de Vila Real regressa em força, apesar de muito esfoço, mas o futuro continua incerto conforme afirmou o autarca, “foi um ano de muita dificuldade para montar todo este palco, face a estas dificuldades fará com que tenhamos que repensar todo este circuito. Há um conjunto enorme de interrogações que temos em mente, tem a ver com o posicionamento de alguns Vila-realenses, este circuito une as pessoas, não queremos que ele divida as pessoas. Outra interrogação tem a ver com o ministério da economia e secretaria do estado do turismo, relembro que entre 2010 e 2013 o Circuito da Boavista não tendo fundos comunitários, teve o apoio muito significativo do Turismo de Portugal, o que ainda não aconteceu com o Circuito Internacional de Vila Real”.
Outra interrogação que aponta o autarca é o posicionamento de algumas instituições a nível local, “devem olhar para o circuito como a sua participação, o seu altruísmo, o seu voluntarismo, é útil para servir bem os vila-realenses, haverá outras interrogações, que vão condicionar o futuro de Circuito de Vila Real”, afirma. O autarca continua a procurar soluções, tendo bem presente quais são os problemas e dificuldades, “só com trabalho e esforço, se consegue realizar este tipo de eventos”.
Segundo o autarca, o Circuito de Vila Real tem retorno aproximadamente de 80 milhões de euros, para a região transmontana e para a cidade de Vila Real, “são estudos que nos fizemos, curiosamente estudos muito próximos do que era o retorno do Circuito da Boavista, feitos por alguém suspeito, como o Dr.º Rui Rio, isto mostra a credibilidade daquilo que é a nossa análise. Felizmente temos patrocinadores que nunca nos faltaram e que estão sempre disponíveis para ajudar, mas vamos percebendo que há uma posição e alguma incompreensão face a este grande evento”.
O autarca, refere ainda que na situação atual da Câmara Municipal a oposição não tem um opinião correta, “entre 2013 e 2021 a oposição sempre estiveram ao lado das corridas e neste momento isto não me parece que seja bem assim, há um discurso em função das circunstâncias, temos consciência que o circuito perturba e causa dificuldades com a vida de alguns vila-realense uma semana por ano, e não é possível ter um discurso para aqueles que se mostram desagradados com o circuito dizendo que têm razão e depois aqueles que gostam do circuito, sim temos que o fazer. Isto vai dividindo os vila-realense, não é bom para Vila Real, não é bom para a região, não é bom para este evento”, conclui
Reportagem: Bruno Taveira
