O município de Sabrosa vai lançar o debate, a 04 de março, sobre os riscos na navegabilidade no rio e na mobilidade rodoviária e ferroviária, para promover a segurança que quem vive e visita o Douro.
O vereador com o pelouro da Segurança e Proteção Civil da Câmara de Sabrosa, António Araújo, afirmou hoje à agência Lusa que o objetivo do seminário "Rio Douro - Refletir riscos, promover desenvolvimento" é analisar os riscos para que as pessoas se sintam seguras.
A iniciativa realiza-se a 04 de março, na vila duriense, e vai juntar os diferentes agentes que atuam na região, quer a nível da segurança e socorro, como do turismo.
António Araújo apontou para os milhares de turistas que anualmente visitam o território por barco, comboio ou transportes rodoviários.
A via navegável do Douro possui 210 quilómetros em território nacional, desde a fronteira em Espanha até à foz, no Porto. Sabrosa, no distrito de Vila Real, possui 12 quilómetros de frente ribeirinha, na margem direita do rio.
A linha de caminho de ferro serpenteia o rio em grande parte do trajeto e as estradas da região vinhateira são, em muitos casos, sinuosas, estreitas e íngremes.
“A rede viária é curva e contra curva, estradas estreitas e sinuosas que são percorridas por autocarros turísticos e escolares, e no período das vindimas por carrinhas carregadas de gente e de uvas”, referiu o vereador.
E, de acordo com o responsável, “existe uma preocupação constante com a segurança dos munícipes, bem como com quem visita ou utiliza o concelho de Sabrosa para as suas viagens”.
“Estamos a tentar conciliar as duas coisas para estarmos preparados para uma ocorrência qualquer que possa haver, mas dizer às pessoas que estão seguras e que podem vir para cá”, sublinhou, considerando que o seminário representa “uma iniciativa inovadora” e tem “uma importante componente de promoção do Douro”.
Durante o seminário, no qual vai participar a secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, vai ser debatida uma estratégia de desenvolvimento integrado da região do Douro e ainda temas como “Douro – diagnóstico de riscos”, o “Turismo no Douro – desafios e oportunidades” e, por fim, a “Resposta ao socorro, fator de desenvolvimento”.
Entre as entidades participantes estão a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, a Comunidade Intermunicipal do Douro, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, a Capitania do Douro e do Porto, o Sub-comando Regional do Douro a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a Guarda Nacional Republicana, a Turismo do Porto e Norte de Portugal, a Liga dos Bombeiros Portugueses, o Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil e a Universidade do Porto.
António Araújo referiu que “não tem sido fácil juntar estas entidades todas” e explicou que se pretende “pôr toda esta gente a conversar, todos juntos a refletir sobre esta matéria”.
O responsável defendeu ainda a realização de um simulacro que teste o socorro no rio Douro, mas que seja de âmbito nacional.
“A segurança não são só incêndios, não são só cheias, e é preciso pensar em tudo”, frisou.
A reorganização da Proteção Civil, que criou o Sub-comando do Douro, que agrega território de quatro distritos, 19 municípios e 27 corpos de bombeiros, vai ser, segundo o autarca, outro tema a abordar durante o encontro, que se pretende que “seja o primeiro” do género.
Foto: António Pereira