O Hospital de Bragança S.A. deverá fechar o ano com as contas equilibradas, ao contrário do previsto para a rede de hospitais S.A., que conta com 31 unidades no país, onde se estima que o ano acabe com prejuízos.

As últimas projecções para a execução orçamental dos chamados hospitais-empresa, durante 2005, apontam para um défice na ordem dos 110 milhões de euros. No entanto, o Hospital de Bragança deverá fechar o ano com uma situação de equilíbrio, com as receitas a cobrir os custos. Os valores de gastos rondam os 30 milhões de euros. Esta é previsão feita pelo presidente do Conselho de Administração daquela unidade, com base nos relatórios de Agosto e Setembro.

Henrique Capelas refere que o ano ainda não terminou, mas que tudo indica que a situação de 2005 será muito mais favorável do que a de 2004, ano fechado com um saldo negativo na ordem dos 3,1 milhões de euros.

Aquele responsável lembra que, relativamente aos hospitais, não se deve falar de conceitos como prejuízos e proveitos. \"Estou convencido, face aos dados que temos de Agosto e Setembro, que vamos terminar o ano com as contas equilibradas, isto é, sem prejuízo e até com algum proveito. As variações poderão ser da ordem dos 100 a 150 mil euros\", explicou.

Estrutura de custos

A maior fatia dos gastos daquele hospital é com as despesas de pessoal, que representam 60% dos custos totais. Os materiais de consumo clínico, produtos farmacêuticos e medicamentos representam 22% na estrutura de gastos.

O Hospital de Bragança está a tentar sanar, desde há cerca de três anos, dívidas em atraso relativas a taxas moderadoras, uma iniciativa que começou com o anterior Conselho de Administração, face à acumulação de contas pendentes, com alguns casos de utentes com dívidas sucessivas. \"O problema ainda não foi totalmente resolvido, as pessoas têm ideia de que dois ou três euros é pouco, mas tudo somado é relevante\", admitiu Henrique Capelas. Actualmente a dívida é de 130,5 mileuros. Em 2003 a média anual das dívidas situava-se entre os 99 e os 124 mil euros.

A unidade dispõe de 240 camas, serve anualmente mais de 366 mil refeições e são tratados 45 toneladas de resíduos. Os internamentos são da ordem dos 9.500, foram realizadas 43 mil consultas externas, 390 mil análises clínicas, 52 mil exames de imageologia, 50 mil urgências e 3400 intervenções cirúrgicas.



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