A Santa Casa da Misericórdia de Bragança enquanto instituição anfitriã da Plataforma de Apoio a Refugiados (PAR), no âmbito da PAR Famílias (Acolhimento de Famílias), recebeu na passada quinta feira, dia 22 de julho, nas suas instalações três cidadãs provenientes da Eritreia e da República Centro Africana, entre elas uma mulher grávida e duas acompanhadas pelos seus filhos.
Após a sua chegada a Bragança e adaptação à residência, uma das primeiras intervenções foi na área da saúde, com a deslocação de todos os elementos ao Centro de Saúde onde os esperava uma equipa multidisciplinar para proceder a um chek up total de saúde das mães e devidos cuidados com as crianças. Estão sempre acompanhadas por um intérprete e foram criadas todas as condições para que seja respeitada a sua dignidade e as suas religiões (Islão, Cristã e Ortodoxa), tanto a nível de culto, alimentação e tradições. As crianças vão contar com o apoio da resposta social Creche.
A Santa Casa, através dos seus recursos e também através de doações e voluntariado, conseguiu dotar as instalações (apartamento) onde estão a residir, com o máximo de conforto, não apenas a nível de mobiliário mas, essencialmente, no que diz respeito ao vestuário e equipamentos para as crianças. “São pessoas que chegam à cidade numa situação de enorme fragilidade emocional e queremos que tenham todas as condições para que se sintam o melhor possível”, explica o provedor da Misericórdia de Bragança, Eleutério Aves.
O responsável realça o fato de ter havido um especial cuidado na formação de técnicos e colaboradores da instituição para este acolhimento: “Damos extrema importância ao fator humano e tentamos estar preparados para lidar com esta nova realidade”.
É que além do simples acolhimento, Eleutério Alves salienta que a principal preocupação da Santa Casa é apostar em "planos de vida" para estas pessoas “com participação em ações de formação, ensino da língua portuguesa e criação das condições necessárias a uma plena integração na comunidade brigantina”, garantindo que a instituição “tudo fará”, para proporcionar o melhor às pessoas agora acolhidas.
Com a ajuda de parceiros locais, a Misericórdia de Bragança assegura a estas cidadãs e respetivos filhos, alojamento num apartamento completamente mobilado e adaptado às suas necessidades enquanto mulheres e mães, bolsa mensal familiar, vestuário, alimentação, intérprete linguístico, acesso a cuidados de saúde através da inscrição no Sistema Nacional de Saúde, apoio na inscrição dos elementos na Segurança Social e apoio na educação e formação. Após aquisição de competências linguísticas, serão trabalhadas competências socioprofissionais que permitam perspetivar a sua integração no mercado de trabalho.
Um trabalho de médio e longo prazo que conta desde o início do processo com a imprescindível colaboração de parceiros locais para que a integração seja plena: Instituto Politécnico de Bragança, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Centro de Emprego e Formação Profissional, Câmara Municipal de Bragança, União de Freguesias da Sé, Santa Maria e Meixedo, Centro Distrital de Segurança Social e Policia de Segurança Pública.