A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) vai estudar o potencial económico da serra do Marão para a produção de castanha ou madeira e, assim, diversificar a monocultura da vinha em Santa Marta de Penaguião.
“Nunca soubemos o potencial daquela área e, nesse sentido, desafiamos a UTAD para estudarmos as potencialidades do terreno, bem como, depois, a própria fileira comercial”, afirmou hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado.
Trata-se de uma área de cerca de 700 hectares, de terrenos baldios e particulares, que se estende pela serra do Marão, no Norte daquele concelho do distrito de Vila Real.
O objetivo é estudar a viabilidade técnica e económica da exploração da cultura do castanheiro, quer a nível da produção quer da comercialização. Ou seja, avaliar o potencial produtivo, a capacidade de exploração para fruto e também para a exploração para madeira.
“E, eventualmente, até outras áreas que sejam possíveis para rentabilizar aquele espaço”, frisou.
O município quer apostar “nos tipos de cultura que têm mais sucesso comercial, para criação de riqueza”, mas mantendo uma preocupação de gestão florestal, para a prevenção dos fogos florestais”.
Os investigadores e técnicos da UTAD vão para o terreno na primeira semana de maio e devem apresentar conclusões no início do próximo ano.
O estudo será feito no âmbito de um protocolo que junta o município e a UTAD, cuja equipa será liderada pelo professor José Gomes Laranjo, especialista na cultura do castanheiro.
“Depois de feita a avaliação e havendo condições, avançamos para a plantações e para a exploração das parcelas”, salientou o autarca.
Luís Machado afirmou que a estratégia da câmara passa por diversificar a economia local, que assenta na produção de vinho.
Na zona Sul é a cultura da vinha que domina a paisagem deste concelho, inserido na Região Demarcada do Douro.
“Nesta altura impõe-se que haja aqui um equilíbrio, que haja, de facto, uma diversificação de culturas, para não ficarmos dependentes da monocultura do vinho e, simultaneamente, criar riqueza no território mais a Norte com, por exemplo, a produção de castanha que tem muita procura nacional e internacional”, salientou.
Este poderá ser, acrescentou, “um negócio com um futuro longínquo", lembrando que "é rentável em determinados territórios”.
O autarca explicou que o modelo de gestão a implementar será discutido com os conselhos diretivos de baldios e os particulares da Freguesia de Fontes e União das Freguesias de Louredo e Fornelos.
Luís Machado lembrou ainda as alterações climáticas e os fenómenos climatéricos que têm afetado a vinha e a produção de vinho.
“Podemos andar todo o ano a trabalhar e, depois, vem uma trovoada e perdemos tudo, por isso o objetivo é promovermos a cultura de outros produtos para um maior equilíbrio na economia do nosso concelho”, frisou.