A Savannah Resources disse hoje que está a “otimizar” o projeto de exploração de lítio em Boticas para responder às preocupações levantadas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e reduzir o impacte ambiental global na região.
A Savannah Resources, empresa que quer explorar a mina de lítio em Covas do Barroso, concelho de Boticas, distrito de Vila Real, informou, no início de julho, que foi notificada pela APA para reformular o projeto, antes da emissão da Declaração de Impacte Ambiental (DIA).
O EIA da mina do Barroso esteve em consulta pública entre abril e julho do ano passado.
Num ponto de situação feito hoje, através de um comunicado, a empresa disse que continua no “bom caminho” para submeter o EIA durante o 1.º trimestre de 2023, “antes do prazo limite a 17 de março”.
A Savannah referiu que, em colaboração com a sua equipa de engenheiros e consultores ambientais, locais e internacionais, desenvolveu “um 'layout' atualizado do projeto e um plano de minas” que acredita “responder às preocupações levantadas pela APA e pelo seu comité de avaliação, reduzindo ao mesmo tempo o impacto ambiental global do projeto”.
“Não se espera que as alterações tenham um impacto negativo no volume ou na qualidade da produção prevista de espodumena”, realçou.
O trabalho, acrescentou, “está agora em grande parte centrado nas revisões dos documentos do EIA”, referindo estar “quase a concluir uma série de reuniões virtuais e presenciais com a APA e outros grupos membros do comité de avaliação do EIA da APA, que foram iniciadas em julho.
“Temos continuado a trabalhar de perto com a APA para encontrar soluções agradáveis para as preocupações que levantaram sobre o EIA original da Savannah. A equipa da APA tem sido muito útil e construtiva durante este processo, e agradecemos-lhes a atitude positiva adotada para resolver estas preocupações enquanto procuramos otimizar o projeto e reduzir o seu impacto ambiental na região”, afirmou, citado no comunicado, o diretor executivo (CEO) da Savannah Resources, Dale Ferguson.
O responsável acrescentou que a equipa da Savannah e o seu grupo de consultores “têm trabalhado arduamente nas revisões necessárias”, e disse estar “muito satisfeito com o ‘layout’ atualizado do projeto e com o plano da mina” criado.
Após a apresentação do EIA atualizado, prevista para março, a APA terá um máximo de 50 dias úteis para realizar a sua análise e emitir uma decisão da DIA.
A mina do Barroso situa-se em área das freguesias de Dornelas e Covas do Barroso e está prevista uma exploração de lítio e outros minerais a céu aberto. A área de concessão prevista é de 593 hectares.
A exploração mineira é contestada localmente, tendo sido criada a associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso que tem alertado para consequências da mina a nível “dos consumos de água, da proximidade da aldeia, das cortas a céu aberto e das escombreiras”.