O secretário-geral do PS justificou esta sexta-feira a abstenção do Partido Socialista na votação do orçamento rectificativo por a proposta do Governo já conter medidas com as quais discorda.

Seguro lembrou que o Executivo de Pedro Passo Coelho já apresentou, este ano, duas propostas de orçamento rectificativo e que o PS, «em coerência, votou a favor da primeira e absteve-se hoje».

O Partido Socialista «olhou para o conteúdo das propostas e em função dos nossos compromissos, em particular dos assumidos quando se negociou o memorando com a troika, em coerência, só tinha que ter votado a favor no primeiro rectificativo e abster-se hoje, neste segundo, porque já havia medidas com as quais nós tínhamos estado em desacordo», disse.

O secretário-geral do PS falava, em Bragança, numa reunião com militantes e lembrou que já há uns meses, também nesta cidade, tinha dito que «o País não resolveria os seus problemas, se à austeridade que já decorria da aplicação do memorando da troika, nós somássemos mais austeridade».

António José Seguro reiterou que «o que cria riqueza numa economia é o crescimento económico, são as empresas» e foi por isso que discordou da primeira decisão do Executivo PSD-CDS/PP, o corte de 50 por cento do subsídio de Natal, em 2011.

\"Quando o primeiro-ministro tomou como primeira decisão o lançamento do imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal exclusivamente sobre os rendimentos do trabalho e das pensões, e da injustiça que isso revela, eu tive a oportunidade de lhe dizer: «senhor primeiro-ministro escolheu mal, soma mais austeridade à austeridade que já decorre do memorando da troika», afirmou.

O líder do PS insistiu que «é necessário consolidar as contas públicas, mas não pode ser só à custa de medidas que trazem austeridade.

António José Seguro considerou que \"o problema não é nacional, mas também europeu\" e defendeu que \"o importante é dar resposta ao desemprego que grassa na Europa e dar estímulos ao crescimento económico\".

O secretário-geral socialista demarcou-se da política do Governo afirmando ter \"uma visão distinta\" do problema e acrescentando que \"também na Europa existe essa diferença, porque a esmagadora maioria dos governos são conservadores, são governos de direita, que acreditam que é preciso que os países empobreçam para, através desse empobrecimento, gerarem ganhos de competitividade com outras regiões\" do mundo.

\"Honestamente, não acredito que esta seja a solução mais adequada\", declarou



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