D. José Cordeiro celebrou ontem perante centenas de pessoas o 25º aniversário da sua ordenação sacerdotal na catedral de Bragança, onde fez questão de referir no início da homília a pedra basilar de “fazer memória grata”.
“O pastor “sabe que o amor é tudo””, começou por afirmar o bispo de Bragança-Miranda, citando o Papa Francisco, durante a homília que marcou a celebração das Bodas de Prata da ordenação sacerdotal de D. José Cordeiro.
“Na memória muito grata da graça recebida no sacerdócio ordenado, é uma enorme felicidade celebrar convosco as maravilhas do Senhor, porque em mim fez misericórdia. Agradeço a Deus-Amor em todo o coração por tanto bem confiado, especialmente, nestes 25 anos de sacerdócio”, deu graças o presbítero, aproveitando, ainda, para recordar os “outros “seus” irmãos”. “Na mesma alegria, lembro os outros meus irmãos que celebram os 25 e 50 anos de ordenação presbiteral, como já o fizemos na missa crismal, especialmente os da nossa amada diocese: padre José Carlos, padre Carlos Fonseca, padre Manuel Mendes, padre Alfredo Silva e Hérmino Ferreira. Em Portugal, somos 40 a celebrar os 25 anos de sacerdócio”, asseverou o eclesiástico, diante de uma plateia composta por centenas de fiéis seguidores, autarcas do distrito e inúmeros convidados.
Na segunda parte da homília, D. José Cordeiro falou na “ferida especial do coração”. “A vocação é um encontro interior e indizível com o Senhor. Deus chama Isaías a uma missão em favor do povo e, na fé, ele arrisca a vida, aceitando ser enviado. O mais importante para o Profeta é Deus. O fundamental da sua mensagem é desafiar no povo o encontro com a santidade de Deus. A fé é a atitude decisiva e fundamental do ser humano diante de Deus e, por isso, tem sempre de nos incomodar e nunca acomodar”, elucidou o clérigo.
Na terceira e última parte do seu discurso, intitulada de “Deus acrescenta”, o bisco da diocese Bragança-Miranda decifrou que, na bíblia, “o nome José significa: Deus acrescenta”. “Não basta demonstrar Deus, é necessário mostrar os mistérios de Cristo. Tudo é graça. É o mistério e a graça da nossa vocação”, desenvolveu o sacerdote que este ano completou as bodas de prata, citando, novamente, o Papa Francisco ao exemplificar “qual “sarça ardente de amor gratuito na presença do qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias”. “Na terra sagrada do outro, daqueles a quem somos enviados, temos de reaprender a tirar as sandálias, a estar descalços dos preconceitos, dos juízos, das intrigas eclesiásticas, das murmurações, das indiferenças, para caminhar na proximidade e na sinodalidade da santidade misericordiosa”, aclarou o homenageado.
Já próximo do final, D. José Cordeiro evocou parte do seu percurso de vida, refrescando a memória de quem o acompanha e o segue na sua missão de fazer o bem “na Graça de Deus”. “Nestes 25 anos, vivi o ministério sacerdotal aqui em Bragança-Miranda durante 8 anos e em Roma estive 12 anos, especialmente no Pontifício Colégio Português e no Pontifício Ateneu de Santo Anselmo e outros serviços eclesiais e, desde 2011, novamente aqui em Bragança-Miranda como servidor bispo do Evangelho da Esperança. Por todos os irmãos e irmãs que me continuam a ajudar nesta peregrinação da fé a celebrar Deus, fonte de toda a santidade misericordiosa”, recapitulou, em jeito de agradecimento.
A terminar, um dos “pastores de Deus”, regressando à súmula da sua homília, em que “o Amor é tudo”, proferiu, “aqueles que receberam a graça de apascentar, isto é, nós os pastores, não deixamos de ser ovelhas e cordeiros de Cristo, porque sabemos que o Amor é tudo e Ele nos ama muito”.