Seis centros de saúde do distrito de Bragança podem vir a perder o serviço de urgências durante o período nocturno. A hipótese em estudo foi desvendada por Adão Silva, deputado do PSD eleito pela região, que manifestou a sua preocupação num requerimento à Assembleia da República, através do qual questiona o Ministério da Saúde sobre as razões que estão na base da extinção e quais são os centros que concretamente vão perder esses serviços.

Actualmente, em nove dos 12 centros de saúde do distrito - ficam de fora Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros, que são serviços por hospitais distritais -, funciona um serviço de atendimento permanente (SAP) 24 horas por dia, sete dias por semana. Agora, Adão Silva diz ter conhecimento que está elaborado, ao nível da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte), um documento que refere o encerramento dos SAP em vários centros de saúde da região, motivados pela nova política do Ministério da Saúde, alegadamente devido à necessidade de contenção de despesas.

O deputado social-democrata, que foi secretário de Estado-adjunto do ministro da Saúde no anterior Governo, considera essa atitude é perniciosa e agride as populações, pelo que garante tudo fazer para a combater. \"Na nossa região há dificuldades nas acessibilidades das estradas e a população é muito envelhecida, pelo que os serviços de proximidade são imprescindíveis ao bem-estar e à segurança da população\", afirmou.

Adão Silva diz que parece já estar consolidado o propósito da extinção desses serviços nos centros de saúde de Freixo de Espada-à-Cinta, Alfândega da Fé e Vimioso.

Fonte da ARS-Norte explicou, ao JN, que não há qualquer decisão do Conselho de Administração daquele organismo sobre o encerramento dos seis SAP no período entre a meia-noite e as 8 horas.

A mesma fonte adiantou que apenas foi realizado um estudo para definir as linhas de acção dos cuidados de saúde primários, que esteve disponível no site da instituição até ao passado dia 15.

Alfândega da Fé contra

A ideia não agrada nem um pouco à Câmara de Alfândega da Fé - um dos concelhos que será afectado. Em comunicado, a autarquia diz que não compreende \"os critérios adoptados para justificar tal medida\" e que até já pediu esclarecimento à ARS-Norte. No mesmo documento, a Câmara compromete-se a tudo fazer para manter o serviço de urgências do centro de saúde local aberto no período nocturno, até porque a qualidade de vida dos cidadãos não pode ser medida \"apenas e somente em termos economicistas\".



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