O empresário luso-britânico que prometia investir 250 milhões de euros no concelho transmontano de Alfândega da Fé queixou-se hoje de «falta e cooperação de várias entidades oficiais e nada ter beneficiado com o estatuto PIN», que acabou de perder.
Numa entrevista por escrito à Lusa, Chaby Rodrigues classifica de \"irritante\" a decisão da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) de arquivar o processo PIN (Projecto de Interesse Nacional) relativo ao FunZone Villages- Douro.
Fonte da AICEP explicou à Lusa que este tipo de arquivamento \"não se deve ao mérito do projecto, mas ao facto de não se registarem progressos e de a comissão de acompanhamento nada ter para acompanhar\".
De acordo com a fonte, esta decisão não impede que o projecto volte a ser candidatado a PIN.
O promotor Chaby Rodrigues critica a justificação \"de arquivamento devido à falta de progressos, quando desde Fevereiro de 2007 o contributo do estatuto PIN foi nulo quer para o início ou para a conclusão do projecto\".
O FunZone Villages- Douro foi classificado, em Maio de 2006, pela agência do Ministério da Economia, com PIN, o que lhe conferia acompanhamento e apoio na agilização de procedimentos.
Chaby Rodrigues queixa-se de não ter \"sentido este apoio oficial\".
Há mais de um ano que o projecto do empreendimento turístico está parado, segundo o promotor, por causa de um parecer desfavorável do Instituto da Água, que ainda não foi ultrapassado.
O projecto necessita de 2,6 milhões de metros cúbicos de água por ano, que estava previsto serem assegurados por uma barragem particular, a qual conta com oposição, alegadamente por pÎr em causa o regadio agrícola nesta zona do Nordeste Transmontano.
O empresário diz que \"sem água não há projecto, e sem um parecer favorável não é possível concluir os estudos prévios\".
Chaby Rodrigues considera ter cometido \"um erro ao divulgar o projecto, há dois anos, sem ter todas as garantias, por parte das diferentes entidades de que havia condições para avançar\".
Em nenhuma parte da entrevista mostra intenções de desistir e manifesta mesmo \"confiança de que será possível ultrapassar estas dificuldades e avançar com o FunZone\".
\"Como e quando é uma questão a que não podemos responder neste momento e a razão é porque o assunto está a ser analisado pelos nossos advogados\", refere, remetendo a responsabilidade para as entidades oficiais.
O empreendimento de 250 milhões de euros, que prometia criar, no pequeno concelho de Alfândega da Fé, 1300 postos de trabalho, está desde a sua apresentação, há quase dois anos, envolto em \"desconfianças\" e \"cepticismo\".
Foi anunciado pelo promotor, como \" \"um conceito inovador\"que reúne lazer, desenvolvimento regional, segurança, ecologia e saúde.
O projecto previa a construção de 200 moradias com duas mil camas, nove restaurantes, parques aquáticos e de estacionamento, edifícios de apoio, uma barragem privada e estação de tratamento de esgotos (ETAR).
A principal novidade era um mega-edifício com uma praia coberta (Tsunami Beach) com ondas de dois metros de altura, que absorveria a maior quantidade da água necessária.