Horta da Vilariça, no município de Torre de Moncorvo, possui desde sábado um centro de dia que acolhe, por enquanto, 15 idosos. Uma obra que só foi possível devido à boa vontade dos três membros da Junta de Freguesia, que disponibilizaram do seu bolso cerca de 10 mil euros e se comprometem a continuar a financiar parte do funcionamento daquele serviço.
O centro de dia resultou do aproveitamento do rés-do- -chão do edifício onde funciona a Junta de Freguesia e por isso só foi necessário investir 40 mil euros. Como \"não teve qualquer apoio do Estado nem da Segurança Social\", explica o autarca local, Luís Carvalho, foi preciso que a Junta abrisse os cordões à sua magra bolsa e pedisse a colaboração da Câmara de Moncorvo.
O restante, 10 mil euros, foi pago por ele próprio e pelos outros membros da Junta, o tesoureiro António Lopes e a secretária Maria Manuela Meneses. Luís Carvalho explica que os utentes vão pagar cada um cem euros por mês, o que lhes garante as refeições diárias e a permanência no espaço.
Para sustentar o funcionamento e os três postos de trabalho que o centro de dia criou, a Junta já está \"mentalizada para continuar a desembolsar mais algum dinheiro próprio\", pois, assegura o presidente, \"ninguém come com 100 euros por mês\".
Um apoio do qual dizem não esperar retorno. Luís Carvalho comprou também uma carrinha para transportar os idosos. Luísa Rodrigues, de 76 anos, uma das futuras utentes do centro de dia, louva a iniciativa da Junta, pois a obra \"era muito necessária\" para uma localidade muito envelhecida. \"Se não fosse ele (presidente da Junta), não havia nada.
Tem feito muito pela aldeia e por vezes não lhe é agradecido\", elogiou. Armando Martins, de 80 anos, diz \"muito bem\" da obra, embora ainda não precise de recorrer aos seus serviços. \"Ainda fico por casa, que a minha mulher ainda faz o comer. Quando não puder, venho cá buscá-lo\", disse.
Na Horta da Vilariça, a ambição maior passa pela construção de um lar de idosos, que até já tem terreno e projecto, mas a obra tem esbarrado na falta de apoios estatais para um investimento estimado de 750 mil euros.