Os autarcas do distrito de Bragança querem medidas concretas para desenvolver a região no próximo Quadro Comunitário de Referência Estratégica Nacional. O plano foi apresentado ontem e vigorará por sete anos.

Os presidentes das câmaras transmontanas dizem-se fartos de estudos de diagnóstico das necessidades e reclamam a implantação, no terreno, de todos os projectos e gastos os dinheiros. Continuam a reivindicar mais e melhores estradas e medidas que tragam vantagens competitivas para atrair investimento privado, criar emprego e fixar população.

O próximo quadro impõe que os municípios avancem com projectos supramunicipais, o que poderá ser um entrave ao desenvolvimento regional, porque na maioria das vezes os autarcas não conseguem entender-se. A dificuldade de consenso é admitida pelo presidente da Câmara de Mogadouro, Moraes Machado, que assume que cada um \"puxa pelas suas capelinhas\".

Sem entendimento

Um exemplo concreto desta falta de afinação é o matadouro intermunicipal projectado para servir os concelhos de Mogadouro, de Miranda do Douro e de Vimioso, visto que um estudo de viabilidade económica apontava que as unidades de abate individuais não teriam rentabilidade económica. As autarquias partiram para a elaboração do projecto que, um ano e meio depois, ainda não arrancou, \"porque não há entendimento quanto à localização\", garantiu Moraes Machado .

Os 12 concelhos do distrito de Bragança dispõem, actualmente , da maior parte das infra-estruturas básicas e de equipamentos construídos, mas \"as obras não são sustentáveis individualmente\", disse o autarca.

Esta estratégia regional é defendida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN). Está prevista a afectação de recursos de uma grande magnitude para os próximos anos, \"que devem ser utilizados para impulsionar o desenvolvimento do interior\", afirmou Carlos Lage, da CCDRN.



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